São Paulo, sexta-feira, 17 de julho de 2009

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OPINIÃO

Gripe suína: sem motivo para pânico

CLÉLIA ARANDA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A INFLUENZA A H1N1 , conhecida como gripe suína, é uma nova gripe com a diferença de ser causada por um vírus recombinado para o qual não há vacina disponível.
O sistema de monitoramento de doenças respiratórias que vigora hoje em todo o mundo rapidamente detectou este novo subtipo viral, o que é importante para as ações de vigilância epidemiológica e controle.
No Brasil e no Estado de São Paulo, a gripe suína causou óbitos, assim como a chamada gripe sazonal, que mata milhares de pessoas no mundo todos os anos. Mas as mortes em decorrência da infecção pelo novo vírus têm maior visibilidade apenas e tão somente por ser um problema de saúde recente, que gera dúvidas, preocupações e incertezas na população. Nada mais natural.
O anúncio de transmissão sustentada da nova gripe no país, em decorrência da morte de um paciente em Osasco, ocorrida em 30 de junho, e dos casos confirmados entre seus familiares, sem relato de viagens ao exterior nem de contato com pessoas que tiveram a doença, não deve ser, em nenhuma hipótese, motivo para pânico.
Esta nova situação já era esperada pelas autoridades sanitárias e há muito o Brasil e o Estado de São Paulo já adotaram as medidas de prevenção e controle. Na prática, a política de combate à doença já vinha sendo conduzida na perspectiva da circulação do vírus A H1N1 em território nacional, com uma rede de referência absolutamente capacitada para atender pacientes suspeitos, monitoramento laboratorial e vigilâncias em saúde atuando firmemente nas investigações de todos os casos confirmados.
A orientação para a população continua a mesma, especialmente nesta época de frio, quando a transmissão de doenças respiratórias é mais intensa. Havendo sintomas como febre, tosse, dor de garganta, coriza, dores no corpo ou desconforto respiratório, procure uma unidade de saúde. Se houver necessidade, a pessoa será encaminhada pelo médico para um hospital de referência ou orientada para permanecer em isolamento domiciliar por alguns dias. O medicamento Oseltamivir só será ministrado em pacientes graves ou com potencial para desenvolvimento de complicações, tais como crianças menores de dois anos de idade, idosos a partir de 60 anos, gestantes e pacientes imunodeprimidos.
Se você receber um diagnóstico de gripe, não importa se ela é suína ou não. O fundamental é adotar as medidas de higiene, como usar lenços para espirrar ou tossir e lavar as mãos, além de repousar, beber bastante líquido e manter uma alimentação saudável. Em sete dias o seu organismo irá se recuperar. A partir daí, vida normal.


CLÉLIA ARANDA , médica, é coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo


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