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OPINIÃO
Gripe suína: sem motivo para pânico
CLÉLIA ARANDA
ESPECIAL PARA A FOLHA
A INFLUENZA A H1N1 ,
conhecida como gripe
suína, é uma nova gripe
com a diferença de ser causada
por um vírus recombinado para
o qual não há vacina disponível.
O sistema de monitoramento
de doenças respiratórias que
vigora hoje em todo o mundo
rapidamente detectou este novo subtipo viral, o que é importante para as ações de vigilância
epidemiológica e controle.
No Brasil e no Estado de São
Paulo, a gripe suína causou óbitos, assim como a chamada gripe sazonal, que mata milhares
de pessoas no mundo todos os
anos. Mas as mortes em decorrência da infecção pelo novo vírus têm maior visibilidade apenas e tão somente por ser um
problema de saúde recente, que
gera dúvidas, preocupações e
incertezas na população. Nada
mais natural.
O anúncio de transmissão
sustentada da nova gripe no
país, em decorrência da morte
de um paciente em Osasco,
ocorrida em 30 de junho, e dos
casos confirmados entre seus
familiares, sem relato de viagens ao exterior nem de contato com pessoas que tiveram a
doença, não deve ser, em nenhuma hipótese, motivo para
pânico.
Esta nova situação já era esperada pelas autoridades sanitárias e há muito o Brasil e o Estado de São Paulo já adotaram
as medidas de prevenção e controle. Na prática, a política de
combate à doença já vinha sendo conduzida na perspectiva da
circulação do vírus A H1N1 em
território nacional, com uma
rede de referência absolutamente capacitada para atender
pacientes suspeitos, monitoramento laboratorial e vigilâncias
em saúde atuando firmemente
nas investigações de todos os
casos confirmados.
A orientação para a população continua a mesma, especialmente nesta época de frio,
quando a transmissão de doenças respiratórias é mais intensa. Havendo sintomas como febre, tosse, dor de garganta, coriza, dores no corpo ou desconforto respiratório, procure uma
unidade de saúde. Se houver
necessidade, a pessoa será encaminhada pelo médico para
um hospital de referência ou
orientada para permanecer em
isolamento domiciliar por alguns dias. O medicamento
Oseltamivir só será ministrado
em pacientes graves ou com
potencial para desenvolvimento de complicações, tais como
crianças menores de dois anos
de idade, idosos a partir de 60
anos, gestantes e pacientes
imunodeprimidos.
Se você receber um diagnóstico de gripe, não importa se ela
é suína ou não. O fundamental
é adotar as medidas de higiene,
como usar lenços para espirrar
ou tossir e lavar as mãos, além
de repousar, beber bastante líquido e manter uma alimentação saudável. Em sete dias o seu
organismo irá se recuperar. A
partir daí, vida normal.
CLÉLIA ARANDA , médica, é coordenadora de
Controle de Doenças da Secretaria de Estado da
Saúde de São Paulo
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