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Após restrição, moradores reclamam de barulho que caminhões fazem à noite
DA REPORTAGEM LOCAL
"Estou vindo do trabalho,
em Diadema [Grande SP], e
ainda tenho que ficar parado
no trânsito, a 500 m de casa.
Estou morrendo de fome!"
Preso no trânsito entre quatro caminhões às 22h15 da
quarta-feira, na Aclimação
(região central), o empresário
José Maria, 50, reclamava de
um problema cada vez mais
sentido em bairros do centro:
barulho e trânsito causados
pela circulação noturna dos
veículos de carga, que desde
30 de junho não podem rodar
no centro durante o dia, salvo
algumas exceções.
A fila de carros naquele dia
media 500 m -ia até o topo da
inclinada e estreita rua Pires
da Mota. O motivo: um caminhão manobrava na contramão para descarregar areia no
local onde um edifício está
sendo erguido pela construtora Even. Atrás dele vinha um
outro, de tijolos. E mais uma
carreta. E mais uma caçamba.
Vai ficando mais tarde, e o
barulho começa a tirar o sono
de quem mora ao redor da
obra. "Fazem barulho até de
madrugada. Há 15 dias fizeram
tanto que alguém chamou a
polícia", conta a bancária Ângela Sano, moradora do oitavo
andar de um prédio em frente
à obra. O barulho parece estar
"na minha janela", diz ela.
"Quando eles terminam, fico com zumbido no ouvido",
conta o porteiro do prédio,
Marcone Costa. Naquele dia,
mais caminhões ainda viriam.
E o último só sairia às 4h15.
A construtora Even diz que
"está cumprindo rigorosamente a legislação de restrição
de circulação de caminhões".
Em julho, o Psiu (Programa
de Silêncio Urbano) informou
ter registrado 54 queixas de
barulho de carga e descarga, de
um total de 3.799 reclamações. Mas o número de queixas de barulho em obras saltou
86% em um ano -de 157, em
julho de 2007, para 293 no
mês passado. Não é possível
porém, segundo o Psiu, saber
os horários das queixas.
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