São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2008

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Incidência de casos é maior a partir dos 35 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

A incidência das tireoidites é maior entre as mulheres e aumenta com a idade, sendo mais freqüente após a menopausa. Acima dos 35 anos, a proporção é de cinco a sete mulheres para cada homem com problemas.
Um estudo populacional das universidades estadual e federal do Rio de Janeiro, com 1.299 mulheres, revelou que 12,3% das que tinham mais de 35 anos sofriam de alguma forma de hipotireoidismo e 85% delas nem suspeitavam do problema.
O trabalho, coordenado pelo endocrinologista Mario Vaisman, revelou um dado preocupante: 34% das pesquisadas já tinham usado fórmulas emagrecedoras, que, entre outras substâncias perigosas, traziam hormônios tireoidianos. Todas essas mulheres já apresentavam supressão de hormônio TSH (que controla o funcionamento da tireóide).

Polêmica
Uma outra questão que divide a opinião dos médicos brasileiros é se o país enfrenta ou não um aumento das doenças da tireóide. Em São Paulo, desde março, uma comissão formada pelo Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, empresas e universidades checam o aumento de casos de tireoidite entre os moradores do pólo petroquímico do ABC paulista.
O alerta foi dado por uma médica da região e confirmado por análises do Instituto Adolfo Lutz. Os testes feitos pelo laboratório público indicaram 78% mais casos no pólo do que em Diadema, uma cidade com características industriais idênticas, mas sem a presença de petroquímicas. Ainda não há dados conclusivos.
Já o endocrinologista Geraldo Medeiros Neto, professor da Faculdade de Medicina da USP, refuta a tese ambiental e defende que o aumento dos casos de tireoidite se devem ao fato de que, durante cinco anos (de 1998 a 2003), a quantidade de iodo adicionado ao sal foi excessiva (40 a 100 miligramas de iodo por quilo de sal).
Segundo ele, a ingestão exagerada de iodo desperta no organismo uma reação chamada de auto-imunidade: o sistema imunológico (que produz anticorpos) volta-se contra a tireóide, resultando em doença chamada de tireoidite crônica ou tireoidite de Hashimoto.
Outros médicos avaliam que o aumento se deve unicamente ao fato de que hoje há mais investigação dos casos de tireoidite e, por isso, mais casos são diagnosticados.
(CC)



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