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Incidência de casos é maior a partir dos 35 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
A incidência das tireoidites é
maior entre as mulheres e aumenta com a idade, sendo mais
freqüente após a menopausa.
Acima dos 35 anos, a proporção
é de cinco a sete mulheres para
cada homem com problemas.
Um estudo populacional das
universidades estadual e federal do Rio de Janeiro, com 1.299
mulheres, revelou que 12,3%
das que tinham mais de 35 anos
sofriam de alguma forma de hipotireoidismo e 85% delas nem
suspeitavam do problema.
O trabalho, coordenado pelo
endocrinologista Mario Vaisman, revelou um dado preocupante: 34% das pesquisadas já
tinham usado fórmulas emagrecedoras, que, entre outras
substâncias perigosas, traziam
hormônios tireoidianos. Todas
essas mulheres já apresentavam supressão de hormônio
TSH (que controla o funcionamento da tireóide).
Polêmica
Uma outra questão que divide a opinião dos médicos brasileiros é se o país enfrenta ou
não um aumento das doenças
da tireóide. Em São Paulo, desde março, uma comissão formada pelo Centro de Vigilância
Epidemiológica do Estado, empresas e universidades checam
o aumento de casos de tireoidite entre os moradores do pólo
petroquímico do ABC paulista.
O alerta foi dado por uma
médica da região e confirmado
por análises do Instituto Adolfo
Lutz. Os testes feitos pelo laboratório público indicaram 78%
mais casos no pólo do que em
Diadema, uma cidade com características industriais idênticas, mas sem a presença de petroquímicas. Ainda não há dados conclusivos.
Já o endocrinologista Geraldo Medeiros Neto, professor da
Faculdade de Medicina da USP,
refuta a tese ambiental e defende que o aumento dos casos de
tireoidite se devem ao fato de
que, durante cinco anos (de
1998 a 2003), a quantidade de
iodo adicionado ao sal foi excessiva (40 a 100 miligramas de
iodo por quilo de sal).
Segundo ele, a ingestão exagerada de iodo desperta no organismo uma reação chamada
de auto-imunidade: o sistema
imunológico (que produz anticorpos) volta-se contra a tireóide, resultando em doença chamada de tireoidite crônica ou
tireoidite de Hashimoto.
Outros médicos avaliam que
o aumento se deve unicamente
ao fato de que hoje há mais investigação dos casos de tireoidite e, por isso, mais casos são
diagnosticados.
(CC)
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