DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

Uma rebelião na Febem do Tatuapé (zona leste da capital paulista) terminou ontem com 11 pessoas feridas e uma troca de acusações entre o presidente da fundação, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, e o sindicato dos funcionários da entidade.
O motim começou por volta das 9h e foi encerrado cerca de uma hora e meia depois, com a entrada da Tropa de Choque da Polícia Militar no prédio.
A rebelião começou na unidade 4 do complexo. De acordo com a entidade, alguns menores pediram para assistir à televisão e, diante da resposta negativa, renderam os funcionários e decidiram agredir os internos que estavam no local chamado de "seguro", ala em que são abrigados os menores ameaçados por outros colegas.
"A Febem está surpresa com o volume de ocorrências depois da recente suspensão da greve dos funcionários. Nossa corregedoria está empenhada em identificar pessoas que possam estar interessadas em promover tumultos", afirmou o presidente da fundação, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.
No entanto, de acordo com o sindicato dos funcionários da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), a causa do motim foi a superlotação da unidade. O local teria capacidade para 80 menores, mas ontem abrigava pelo menos cem.
"O presidente da Febem esqueceu de falar que enquanto os funcionários estavam em greve, os menores ficaram trancados nas celas", afirmou o presidente do sindicato dos funcionários, Antonio Gilberto da Silva.
Antonio Gilberto da Silva declarou também que o sindicato havia protocolado, há uma semana, uma carta na Febem alertando para o risco de uma rebelião dos menores.
Outra hipótese levantada pelo sindicato foi o envolvimento de menores em um caso de violência sexual contra um outro interno de 15 anos.
Na noite de segunda-feira, esse caso foi registrado em um boletim de ocorrência no 81º DP (distrito policial).

Feridos
Os três funcionários feridos ontem foram levados para o hospital São José do Braz.
Um deles foi transferido para o hospital Santa Cecília com suspeita de traumatismo craniano, mas, segundo a entidade, não corre risco de morte.
Os oito menores feridos foram atendidos no pronto-socorro do Tatuapé e liberados em seguida. Eles apresentavam cortes no rosto, na cabeça, fraturas no braço e contusão nas costas.
De acordo com o presidente da entidade, 21 menores foram responsáveis pela rebelião e serão transferidos para outras unidades dentro do mesmo complexo.


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