São Paulo, sábado, 17 de setembro de 2005

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Proposta divide opinião religiosa

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Religiosos se dividem a respeito da tese de que os crucifixos devem ser vedados nos tribunais. Judeus e umbandistas não vêem problema na presença de um símbolo cristão. Espíritas têm simpatia pela tese contra o crucifixo. Cristãos reagem, opondo-se a ela.
A Igreja Católica vê a tese como fruto de uma "onda secularista", segundo o padre Roberto Paz, vigário judicial do Tribunal Eclesiástico Regional. ""O símbolo religioso no tribunal nos lembra que qualquer decisão judicial tem Deus por testemunha. Não é apenas para os cristãos que Cristo é um referencial", afirmou ele.
Para a entidade que representa os judeus no Rio Grande do Sul, o símbolo religioso nos tribunais é indiferente. ""O Brasil é um país cristão. Nunca ouvi ninguém da comunidade judaica dizer que se sente constrangido com a presença desses símbolos", disse o presidente da Federação Israelita do Estado, Abrahão Finkelstein.
Gladis Pedersen Oliveira, vice-presidente da Federação Espírita gaúcha, concorda com a tese. ""O juiz está correto. De certa forma, a presença de símbolos cristãos nos tribunais revela preconceito em relação às outras religiões", disse.
O presidente da Afrobrás (Federação da Religião Afrobrasileira), Jorge Verardi, diz não ver sua crença prejudicada pela presença do crucifixo.


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