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8 morrem na maior chacina do ano em SP
Vítimas estavam reunidas em um bar de Ribeirão Pires, no ABC paulista; três pessoas foram feridas e estão hospitalizadas
José Francisco de Melo, 41, um dos mortos na chacina, havia ido ao local do crime apenas para instalar um aparelho de videokê
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Acompanhado de três homens, dois dos quais usando
"toucas ninja", um atirador
com corte de cabelo "estilo militar" e que portava uma pistola
prateada abriu fogo contra 15
pessoas que estavam em um
bar de Ribeirão Pires, na região
do ABC paulista, na noite de sábado, e atingiu 11 delas. Oito
morreram.
O crime ocorreu no bairro
Quarta Divisão, perto da zona
leste de São Paulo, e foi a maior
chacina (caracterizada pelo assassinato de três ou mais pessoas num único atentado)
ocorrida no Estado em 2007.
Os outros três homens atingidos pelos atiradores não correm risco de morte. Mesmo feridos, eles correram e se esconderam com algumas mulheres
na cozinha do bar.
Para a polícia, existem pistas
importantes no caso: a característica física dos dois atiradores
que não usavam capuz, incluindo o do cabelo "estilo militar", e
o fato de um dos assassinos ter
gritado "confere" no momento
da matança. Cápsulas de pistola 9 mm também foram achadas na cena do crime. Essa arma é de uso restrito das forças
de segurança.
Assim que o "confere" foi determinado, os atiradores se dirigiram às vítimas, todas já baleadas e caídas no chão, e, para
ter certeza de que nenhuma delas sobreviveria, dispararam
contra suas cabeças.
Um dos oito mortos pelos
quatro atiradores, José Francisco de Melo, 41, havia ido ao
bar apenas para instalar um
aparelho de videokê. Ele não
conhecia os outros sete mortos.
Além de Melo, também foram mortos Richard Denis
Guarizzo, 36, Marcos Luiz da
Silva, 23, Alessandro da Silva
Nunes, 27, Edinei Paulo Gonçalves, 35, Denizar Marcelino
Barbosa, 22, Reinaldo Teodoro
de Souza, 40, e o adolescente
Bruno Ramos Firmino, 16, que
chegou a ser socorrido no Hospital Nardini, em Mauá (ABC).
Souza era namorado da dona
do bar onde o crime ocorreu.
Para determinar as motivações da chacina, a polícia faz
agora um perfil detalhado de
cada uma das 15 pessoas que estavam no bar, principalmente
dos oito mortos. A intenção é
descobrir qual delas era o principal alvo dos assassinos.
O delegado Augusto Farias,
de Ribeirão Pires, diz acreditar
que é muito cedo para determinar o que motivou a maior matança do ano no Estado, mas ele
trabalha com duas hipóteses
mais fortes: crime passional ou
envolvimento com drogas.
Assim que a Polícia Civil foi
informada sobre a gravidade do
ataque em Ribeirão Pires e que
se tratava da maior chacina do
ano, o governo paulista determinou que o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) de São Paulo entrasse nas investigações. Se não
fosse um caso de repercussão,
só a polícia de Ribeirão atuaria.
Entre janeiro e a noite de ontem, de acordo com levantamento da Folha, aconteceram
21 chacinas no Estado, com um
saldo de 84 mortos e 18 feridos.
Dos 21 casos, oito ocorreram
na zona norte da capital.
O número de chacinas segundo a Secretaria da Segurança Pública, que contabilizava
até ontem os casos ocorridos
na capital e Grande São Paulo,
é menor: 18 casos, com 73 mortos e 12 feridos. A pasta não informou quantas chacinas foram esclarecidas pela polícia.
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