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Vítima de sequestro acha no Orkut suspeito do crime
Preso é da comunidade de rua do cativeiro
Acusado de sequestro integra grupo do Orkut "Rua 5 Quarentenário", local onde a jovem foi mantida refém
Segundo a polícia, ele confessou ter mantido a garota em cativeiro por 16 dias, três deles num buraco de 1,5 m por 2 m
Reprodução
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Eduardo dos Santos, que acabou reconhecido na internet
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
VINÍCIUS DOMINICHELLI
DO "AGORA"
A comunidade do Orkut
"Rua 5 Quarentenário" descreve essa via do bairro de
São Vicente (no litoral paulista) como "famosa pelas
suas festas e pelas pessoas
que lá residem".
Ontem, um dos membros
da comunidade se tornou o
mais famoso de todos.
Eduardo Trigo Marques
dos Santos, 34, foi preso depois que uma jovem de 25
anos o reconheceu na rede
social como um dos homens
que comandaram seu sequestro, em março.
De acordo com a polícia,
ele confessou ter mantido a
garota em cativeiro durante
16 dias -três deles em um
buraco de 1,5 m de largura e 2
m de profundidade em um
matagal e o restante em uma
casa na rua 5, no bairro Quarentenário, endereço que dá
título à tal comunidade.
Depois de ter sido libertada, passou a vasculhar sites
da internet, até encontrar a
comunidade.
Logo avisou a polícia de
que um dos membros parecia
ser o "carcereiro" do sequestro, o homem que a vigiava
no cativeiro e que, vez ou outra, tirava a venda da jovem.
Ela o reconheceu pela foto,
apesar de Eduardo usar o nome "Valter" em sua página.
Orientada pela polícia,
criou então um perfil falso,
também feminino, e passou a
puxar conversa com seu suposto algoz.
Aos poucos, o rapaz se
abriu na troca de mensagens
com a suposta admiradora e
citou a região onde mora, no
bairro Catarino, também em
São Vicente.
Com essa pista, a polícia o
prendeu anteontem e encontrou com ele 40 kg de tijolos
de maconha.
A namorada de Santos,
Kelly Daniel da Silva, 20,
também foi presa, sob suspeita de participar do esquema de tráfico.
O casal ainda não tem advogado constituído para o
caso, segundo a polícia.
A vítima do sequestro, que
pede para que seu nome seja
mantido sob sigilo, mora em
Vargem Grande Paulista (a
44 km de São Paulo). Contatada pela Folha, ela não quis
conceder entrevista, mas
confirmou a história.
Disse que se surpreendeu
ao saber que conseguiu ajudar na investigação.
À FORÇA
A garota trabalhava na pequena empresa da família
quando foi arrancada de lá
por homens que a colocaram
em um Fox e a levaram para o
buraco que serviu como o
primeiro cativeiro.
Ela era mantida ali em
condição insalubre, sem iluminação, com o buraco coberto por uma tampa.
A família recebeu apenas
um telefonema, no primeiro
dia do crime, mas o pedido
de resgate nunca foi feito. Dezesseis dias depois, a polícia,
levada por denúncia anônima, estourou o cativeiro.
"Outras duas pessoas podem estar envolvidas no sequestro", diz o delegado Idinelson de Jesus Martins, da
Delegacia Seccional de Carapicuíba (Grande SP), responsável pelas investigações.
De acordo com o delegado,
o rapaz preso não é o mentor
do crime, do qual, afima, participou por ter dívidas com
outro traficante suspeito de
coordenar a ação.
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