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ARQUITETURA DA VIOLÊNCIA
Flor no chão causa morte de Gilmar
do enviado especial a Uberlândia
Uma flor encontrada no chão de
uma boate na periferia de Uberlândia (Minas Gearis) resultou na
morte do carroceiro Gilmar Mendonça, que levou três tiros na noite de 13 de abril de 1997. Ele tinha
26 anos.
O crime, um dos 51 registrados
na cidade naquele ano, se enquadra no que o delegado Ramon Tadeu Carvalho Bucci chama de futilidades.
O irmão de Mendonça, Alex Alves, que testemunhou o crime, diz
que ele encontrou a flor jogada e a
pegou. Um rapaz afirmou que a
flor era de sua namorada e foi discutir com o carroceiro.
A discussão chamou a atenção
de todos, virou atração e formou
rodinha no meio do salão. Logo a
confusão se dispersou e tudo indicava que o assunto acabaria ali.
Só que, na saída do baile, o rapaz esperou Mendonça, sacou a
arma e lhe deu três tiros.
Um quarto ainda acertou a barriga do amigo do carroceiro Marco Paulo Donizetti.
"Eu vi tudo de perto. Não morri
por sorte. Estava perto dele", disse
Alex Alves, 15.
"Tudo foi apenas uma brincadeira. A flor estava caída ali no
chão. Podia ser de qualquer um.
Não podia acabar daquele jeito",
afirmou Donizetti.
Perfil
Segundo o Ministério Público
do município de Uberlândia, o infrator na cidade é jovem (entre 18
e 20 anos), inexperiente no mundo do crime e vem de outros municípios de Minas Gerais e da região .
"Na Colônia Penal de Uberlândia (a cadeia da cidade), 70% dos
presos vêm de fora", afirmou o
promotor Breno Linhares Lintz.
Segundo ele, os homicídios em
Ribeirão Preto podem ser superiores aos de Uberlândia, mas o
número de roubos e de furtos entre os mineiros com certeza é
maior. "A violência, entre 1997 e
98, cresceu 350% em Uberlândia.
Não é um resultado a comemorar", declarou o promotor Breno
Lintz.
(LEk)
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