São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2000

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Salário na rede pública sobe 29,5%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O salário dos professores das redes públicas subiu, em média, 29,5% entre dezembro de 1997, antes da implantação do Fundef, e junho deste ano.
As informações foram apresentadas ontem pelo Ministério da Educação durante a divulgação da pesquisa com dados sobre o Fundef.
As principais diferenças aparecem no Nordeste, onde, em média, os rendimentos dos professores foram aumentados em 59%.
Entre os professores com apenas o ensino fundamental completo, o reajuste salarial chegou a 94% no período analisado.
"Sem dúvida o maior impacto do Fundef foi nos salários dos professores", diz Maria Helena Castro, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas em Educação). "Criou-se uma nova classe na região, a dos professores."

Diferença
Os salários no Nordeste ainda são baixos se comparados com outras regiões do país.
Enquanto um professor com magistério no Sudeste ganha hoje, em média, R$ 1.000,00, o nordestino recebe R$ 528,00.
No entanto, a variação salarial nessa faixa no Nordeste foi de 58% entre 1997 e 2000. No Sudeste, o crescimento foi de 26%.
"O que nós notamos é uma mudança até de comportamento nos municípios", afirmou Ulisses Semeghini, coordenador do Fundef. "Hoje os professores têm orgulho da profissão. Eles até mesmo ajudam a movimentar a economia nos municípios menores."

Legislação
A lei que criou o Fundef estabelece que 60% dos recursos repassados aos Estados e municípios devem ser usados para a qualificação dos professores, tanto salarial quanto na formação.
A pesquisa coordenada pela Fipe mostra também que há 46% menos professores leigos -sem ter pelo menos a formação em magistério- nas salas de aula do que em dezembro de 1997, antes do Fundef.
"O aumento de recursos para a educação, principalmente os destinados aos professores, incentivou a capacitação e atraiu mais docentes qualificados para a rede pública", disse o ministro da Educação, Paulo Renato Souza.
As redes municipais de ensino têm hoje 24% mais professores do que em 1997. As redes estaduais, no entanto, perderam 2,6% dos seus professores.


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