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Atentados cresceram desde maio
LIANE FACCIO
DA REDAÇÃO
As investidas do tráfico no Rio
contra bens públicos não são novidade, mas se tornaram mais intensas a partir de maio deste ano.
Foi no dia 14 de maio que dois
cartazes colados na frente do prédio da Secretaria de Direitos Humanos do Estado -também sede
de repartição do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário)-, alvejado por dezenas de tiros de fuzis, avisavam: "Chega de
opressão. Daqui "pra" frente qualquer ação arbitrária com nossos
irmãos na cadeia será dada a resposta à altura (na bala)".
O texto era assinado pelas siglas
CV-RL-PJ (respectivamente, Comando Vermelho, Rogério Lemgruber, um dos fundadores da
facção, e Paz e Justiça, lema do
CV). Na ocasião, a gestão Benedita da Silva (PT) completava 40
dias comemorando a prisão, uma
semana antes, do traficante Celsinho da Vila Vintém e de 16 integrantes da quadrilha de Uê, Ernaldo Pinto de Medeiros, então
preso em Bangu 1.
Até ali, só a prisão de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Beira-Mar, havia sido tão festejada. Beira-Mar foi preso em abril
de 2001, período da administração Anthony Garotinho (PSB),
mas sua captura não teve participação de policiais do Rio. Ele foi
pego fora do país, pelo Exército
da Colômbia.
Em quase três anos de governo,
Garotinho enfrentou quatro atentados a bens públicos -mas só
um deles foi uma ação articulada.
Na madrugada de 3 de março, a
polícia foi alvo de um "bonde"
(comboio de carros de criminosos) de traficantes, que metralharam uma delegacia da Polícia Civil, uma cabine da PM e seis carros, em três bairros da zona norte.
Na gestão Benedita, ainda em
maio (dia 16), dois Postos de Policiamento Comunitário (PPCs) foram atingidos, um com granadas,
outro com 40 tiros de fuzis e pistolas. Na véspera, policiais militares tinham matado um traficante
na favela Roquete Pinto.
Tiroteios em morros também se
tornaram comuns, como em 20
de maio, quando a PM matou cinco supostos traficantes. No mês
seguinte, em 24 de junho, a sede
administrativa da prefeitura, na
Cidade Nova, zona central, foi
atingida por 150 tiros disparados
por homens armados com fuzis.
Em julho, outro "bonde" invade
um depósito de veículos da Polícia Civil, no Caju, rouba quatro
automóveis e um ônibus. De lá
para cá, a abrangência da ação
dos traficantes só tem crescido.
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