São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍCIA

Alan, 8, foi atingido por bala perdida quando brincava no pátio do prédio em Cidade Tiradentes; alvo dos tiros era camelô

Garoto é baleado dentro de condomínio

DO "AGORA"

Um garoto de oito anos foi baleado quando brincava no pátio do condomínio onde mora, em Cidade Tiradentes, zona leste da capital paulista.
O crime ocorreu por volta das 18h30 de anteontem, no condomínio habitacional Petrópolis.
Como era Dia do Professor e as aulas haviam sido suspendidas, muitas crianças brincavam de esconde-esconde no local.
Alan Guilherme de Almeida Santos procurava as outras crianças escondidas quando foi atingido por uma bala perdida. O projétil atravessou seu braço esquerdo e alojou-se na barriga.
De acordo com testemunhas, o alvo dos disparos era o camelô Valter Alvarenga, de 29 anos, o Jamaica. Alvarenga também foi baleado. Ele foi atingido no peito e nos braços.
Os dois foram socorridos e não correm risco de morte.

Falta de pontaria
O atirador fugiu sem ser identificado. "Ele cometeu um erro na execução do crime, talvez por falta de pontaria", disse o delegado Paulo César de Freitas.
Os pais de Alan, o pedreiro Nilton Almeida dos Santos, 38, e a dona-de-casa Roseli da Silva, 31, estavam no seu apartamento. Eles ouviram seis tiros e correram para o pátio.
"Encontrei meu filho segurando o braço, com a barriga toda ensanguentada", contou Roseli. "Quando vi aquele sangue todo, entrei em desespero."
Alan e Alvarenga foram levados ao Pronto-Atendimento Glória e, depois, transferidos ao Pronto-Socorro Planalto.
Segundo os pais de Alan, o menino saiu da cirurgia por volta da 0h de ontem e passa bem. A mulher do camelô disse à reportagem que não sabia porque haviam tentado matar seu marido.
A família de Alan vive há cinco anos no prédio e durante esse tempo acostumou-se à violência. "Tiroteio no bairro é normal", declarou Nilton. "Mas foi a primeira vez que vimos uma criança ser baleada", disse.
De acordo com o pai de Alan, o sonho do garoto é ser policial quando crescer.


Texto Anterior: Há 50 anos
Próximo Texto: Panorâmica - Morte na rua: SPTrans irá apurar denúncia de omissão de socorro a motorista
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.