São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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CONSUMO

Primeira turma, com 600 baianas, terá certificado de curso do Senac-BA que avaliou bolinhos e ensinou noções de higiene

Acarajé de Salvador terá selo de qualidade

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

A partir da próxima semana, os baianos e turistas que consomem cerca de 50 mil acarajés por dia somente em Salvador terão uma referência técnica para comprar com "qualidade" o produto mais conhecido da culinária baiana.
Após um estudo da Faculdade de Farmácia da UFBa (Universidade Federal da Bahia) constatar coliformes fecais no bolinho, o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem) da Bahia passou a oferecer cursos às baianas, assim chamadas as que preparam o acarajé.
A primeira turma, formada por 600 profissionais, vai receber na próxima semana um selo, que deverá ser colocado nos tabuleiros.
Nos quatro módulos do curso (40 horas), as baianas tiveram noções de armazenamento e higiene para manipular ingredientes, aprenderam a identificar melhor os fornecedores e ganharam um termômetro para medir a relação entre tempo e temperatura dos alimentos que formam o acarajé.
Após os dois primeiros módulos (noções de higiene e manipulação de alimentos), um consultor do Senac visitou todos os pontos de produção e venda do bolinho. "Só os aprovados em todos os quesitos receberam o selo de qualidade", disse a coordenadora do programa de treinamento das baianas, Vanete Fonseca, 48.
Antes da entrega dos selos, técnicos do Senac também recolheram amostras de acarajé e de abará (bolinho cozido) para exames laboratoriais. "Todas as amostras revelaram a excelente qualidade dos produtos", disse Fonseca.
Segundo a coordenadora, as 3.000 baianas cadastradas pela Federação Baiana do Culto Afro deverão frequentar o curso. Além dessas, outras 10 mil exercem a profissão em Salvador. "O selo de qualidade será um importante diferencial para ampliar mais as vendas no concorrido mercado do acarajé", disse Vanete Fonseca.
"O curso oferecido pelo Senac é importante para manter em evidência uma das maiores atrações turísticas da Bahia", disse o secretário da Federação Baiana do Culto Afro, Antoniel Ataíde Bispo.
Para se inscrever no curso, o Senac cobrou R$ 20 de cada baiana.


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