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PETROBRAS
A inclinação da embarcação tinha caído de 32 graus para 5 graus por volta das 19h30 de ontem, segundo a estatal
Afastado risco de naufrágio da plataforma
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
MÁRIO HUGO MONKEN
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ
Adernada desde domingo na
bacia de Campos (RJ), a plataforma P-34 não corre mais o risco de
naufragar, informou ontem a Petrobras. Segundo a estatal, obteve
sucesso o trabalho de bombeamento de água para restabelecer o
equilíbrio da plataforma.
"Até o final da noite de hoje [ontem], a plataforma estará totalmente estabilizada", disse o gerente de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Bacia de Campos, Agostinho Robalinho.
No início da noite de ontem, foi
concluído o trabalho de bombeamento. Por meio de dois rebocadores, foram injetados 6,5 milhões de litros de água em dois
tanques. Com a operação, o nível
de adernamento, que inicialmente era de 32 graus, caiu para 5
graus por volta das 19h30.
Em nota, a Petrobras informou
que "não há risco de naufrágio da
plataforma".
Uma pane elétrica, ocorrida por
motivos ainda desconhecidos,
impediu que as válvulas que interligam os 17 tanques de água e de
armazenamento de óleo fossem
fechadas. Isso causou o acúmulo
de 11 milhões de litros de óleo no
lado esquerdo da embarcação,
desequilibrando-a.
A menor inclinação permitiu
que 13 técnicos embarcassem ontem na plataforma para reparar a
pane elétrica e restabelecer o fornecimento de energia. Eles conseguiram consertar um gerador e
acionar o sistema de iluminação
da P-34, segundo a Petrobras.
Até agora, a estatal não indicou
o motivo do acidente, ocorrido no
domingo, quando os 76 tripulantes tiveram de deixar a plataforma
às pressas -parte deles se jogaram ao mar.
Depois de ter divulgado que
uma comissão interna de sindicância começaria a trabalhar ontem, a Petrobras voltou atrás. Decidiu primeiro vistoriar hoje a
plataforma e finalizar os trabalhos
de estabilização da unidade junto
com técnicos da Marinha.
Segundo o diretor-gerente de
Exploração e Produção, Carlos
Tadeu Fraga, o objetivo é resguardar, com o aval da Marinha, tudo
o que possa ajudar no trabalho de
investigação, como boletins e registros da plataforma.
Só depois disso é que a comissão vai começar o trabalho. Ele
prevê que em 30 dias as causas do
acidente sejam conhecidas.
Outra comissão, formada pela
Marinha e pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), também já
iniciou a investigação: teve acesso
a alguns dados sobre a plataforma
P-34 e acompanhou o trabalho de
salvamento.
Além dessas comissões, a Capitania de Portos e Costas do Rio de
Janeiro abriu um inquérito administrativo para apurar as causas
do acidente. Dependendo do resultado, poderão ser indicados
responsáveis, que serão julgados
pelo Tribunal Marítimo.
Resgate
A operação de salvamento da P-34 começou na segunda-feira. Estudos de técnicos da Petrobras
mostraram que a melhor forma
de evitar o afundamento era bombear água do mar para dois tanques por meio de rebocadores.
Primeiro, válvulas foram fechadas manualmente. Ainda na segunda-feira, iniciou-se o bombeamento para um dos tanques.
Na terça-feira, o outro tanque começou a receber água.
Segundo a Petrobras, cerca de
cem pessoas trabalharam no local
do acidente, entre funcionários da
estatal e de outras empresas.
Oito técnicos especializados em
salvamento, da companhia holandesa WijsMuller, também ajudaram na operação.
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