São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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PETROBRAS

A inclinação da embarcação tinha caído de 32 graus para 5 graus por volta das 19h30 de ontem, segundo a estatal

Afastado risco de naufrágio da plataforma

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
MÁRIO HUGO MONKEN
ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ

Adernada desde domingo na bacia de Campos (RJ), a plataforma P-34 não corre mais o risco de naufragar, informou ontem a Petrobras. Segundo a estatal, obteve sucesso o trabalho de bombeamento de água para restabelecer o equilíbrio da plataforma.
"Até o final da noite de hoje [ontem], a plataforma estará totalmente estabilizada", disse o gerente de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Bacia de Campos, Agostinho Robalinho.
No início da noite de ontem, foi concluído o trabalho de bombeamento. Por meio de dois rebocadores, foram injetados 6,5 milhões de litros de água em dois tanques. Com a operação, o nível de adernamento, que inicialmente era de 32 graus, caiu para 5 graus por volta das 19h30.
Em nota, a Petrobras informou que "não há risco de naufrágio da plataforma".
Uma pane elétrica, ocorrida por motivos ainda desconhecidos, impediu que as válvulas que interligam os 17 tanques de água e de armazenamento de óleo fossem fechadas. Isso causou o acúmulo de 11 milhões de litros de óleo no lado esquerdo da embarcação, desequilibrando-a.
A menor inclinação permitiu que 13 técnicos embarcassem ontem na plataforma para reparar a pane elétrica e restabelecer o fornecimento de energia. Eles conseguiram consertar um gerador e acionar o sistema de iluminação da P-34, segundo a Petrobras.
Até agora, a estatal não indicou o motivo do acidente, ocorrido no domingo, quando os 76 tripulantes tiveram de deixar a plataforma às pressas -parte deles se jogaram ao mar.
Depois de ter divulgado que uma comissão interna de sindicância começaria a trabalhar ontem, a Petrobras voltou atrás. Decidiu primeiro vistoriar hoje a plataforma e finalizar os trabalhos de estabilização da unidade junto com técnicos da Marinha.
Segundo o diretor-gerente de Exploração e Produção, Carlos Tadeu Fraga, o objetivo é resguardar, com o aval da Marinha, tudo o que possa ajudar no trabalho de investigação, como boletins e registros da plataforma.
Só depois disso é que a comissão vai começar o trabalho. Ele prevê que em 30 dias as causas do acidente sejam conhecidas.
Outra comissão, formada pela Marinha e pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), também já iniciou a investigação: teve acesso a alguns dados sobre a plataforma P-34 e acompanhou o trabalho de salvamento.
Além dessas comissões, a Capitania de Portos e Costas do Rio de Janeiro abriu um inquérito administrativo para apurar as causas do acidente. Dependendo do resultado, poderão ser indicados responsáveis, que serão julgados pelo Tribunal Marítimo.

Resgate
A operação de salvamento da P-34 começou na segunda-feira. Estudos de técnicos da Petrobras mostraram que a melhor forma de evitar o afundamento era bombear água do mar para dois tanques por meio de rebocadores.
Primeiro, válvulas foram fechadas manualmente. Ainda na segunda-feira, iniciou-se o bombeamento para um dos tanques. Na terça-feira, o outro tanque começou a receber água.
Segundo a Petrobras, cerca de cem pessoas trabalharam no local do acidente, entre funcionários da estatal e de outras empresas.
Oito técnicos especializados em salvamento, da companhia holandesa WijsMuller, também ajudaram na operação.


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