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Estado apura sonegação de R$ 74 mi
DA REPORTAGEM LOCAL
A única conclusão sobre os documentos do PAS foi feita pela Secretaria de Estado da Fazenda. Segundo estimativa, passa dos R$ 74
milhões o total de imposto
(ICMS) e multas que 26 ex-fornecedores do PAS devem ao órgão.
O valor estimado está corrigido.
O valor é suficiente para comprar mais de 17 milhões de caixas
de aspirina com 500 comprimidos cada uma, segundo tabela da
Furp (Fundação para o Remédio
Popular) da última semana.
A secretaria terminou no mês
passado levantamento sobre 97
ex-fornecedores do antigo sistema, feito a partir da documentação apreendida no ano passado.
Segundo o delegado tributário
Antônio Carlos de Moura Campos, que coordenou o estudo, a
maioria das autuadas por sonegação apresentava documentos onde havia "capação" -registro de
valores menores na via da nota
fiscal enviada à Receita. "Toda sonegação está associada de maneira muito consistente ao caixa
dois", disse Moura Campos.
A Receita não divulga o nome
das empresas. A estimativa inclui
devedores de imposto -que,
além do sonegado, têm de pagar
multa- e fornecedores que se recusaram a apresentar documentação fiscal (recebem multa).
A maior parte do valor se refere
a um só fornecedor, um laboratório farmacêutico, que preferiu receber multa milionária a apresentar os documentos. O promotor
de Justiça da Cidadania Silvio Antônio Marques diz que o Ministério Público focará a investigação
nessas empresas para saber o destino do imposto sonegado.
A Receita também fez estudo
mostrando que 65 fornecedores
do PAS cadastrados na secretaria
e que forneciam informações ao
órgão faziam 53% de suas vendas
para o sistema. Para contadores
da Fazenda, o dado reforça a tese
de que tenham sido criadas só para atender ao PAS. Elas faturaram
R$ 36,2 milhões só com o sistema
no período avaliado -98 a 99.
A investigação
O órgão começou a investigar o
sistema há mais de dois anos, com
foco inicial em empresas envolvidas em denúncias. Os 97 fornecedores investigados tinham alta
correlação de vendas para o plano
e/ou "incoerências" -como vendas feitas após o fechamento.
Em razão da dificuldade de
acesso aos documentos apreendidos, a Receita decidiu verificar só
esses 97 fornecedores.
(FL)
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