São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Promotoria apura fraude na eleição do Conselho Tutelar Eleitores dizem ter trocado votos por moradia popular; dois foram detidos por fazer boca de urna na zona leste Caso seja comprovada a participação de algum candidato que for eleito, ele poderá perder o mandato AFONSO BENITES DE SÃO PAULO O Ministério Público de São Paulo vai investigar uma série de denúncias registradas durante as eleições para conselheiros tutelares realizadas ontem na capital paulista. Os 220 eleitos terão como função atender crianças e adolescentes que tiveram seus direitos ameaçados ou violados e encaminhá-los à Justiça, quando necessário. Conforme promotores de Justiça, mesários e fiscais ouvidos pela Folha, diversos eleitores disseram que só estavam votando na eleição facultativa porque precisavam conseguir "pontos em movimentos sociais" que seriam revertidos em benefícios para obter uma casa popular cedida por órgãos públicos. "Ainda não temos muitos detalhes. Pelo que ouvimos dos eleitores, eles precisavam de um comprovante de que votaram para trocar por benefícios. Por isso devemos investigar o caso", disse a promotora Luciana Bergamo. Como não é uma eleição obrigatória, a urna não emite comprovante de votação. Em 5 das 7 seções eleitorais nas quais a reportagem esteve na tarde de ontem, eleitores reclamaram da falta do tíquete de votação. "Como vou provar que trouxe 13 pessoas para votar se não tenho comprovantes?", indagou um eleitor no Jardim Peri (zona norte). Se comprovado o envolvimento de candidato, ele responderá por crime eleitoral. Outras irregularidades constatadas pelos promotores foram o transporte de passageiros e a boca de urna. Dois homens foram detidos em flagrante, mas foram soltos após prestarem depoimento no 50º DP. Segundo o Ministério Público, Braulino do Nascimento, 55, e Sadi George Filho, 48, levaram cinco idosos em uma van escolar para votarem na escola Idemia de Godoy, no Lajeado (leste). Após a ocorrência com os suspeitos, o deputado estadual Luiz Moura (PT) foi à escola para tentar evitar que eles fossem presos, conforme os promotores. À Folha, o deputado disse que coincidentemente passava pelo local e só decidiu intervir porque um dos detidos é seu vizinho. O resultado da eleição deve ser publicado hoje em www.prefeitura.sp.gov.br/smpp. Texto Anterior: Segurança pública: Livro sobre polícia comunitária é lançado hoje em SP Próximo Texto: Após morte de pug, Gol proíbe cão de focinho curto em voos Índice | Comunicar Erros

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