São Paulo, domingo, 17 de novembro de 2002

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Aluno afirma sofrer preconceito

DA REPORTAGEM LOCAL

Entrar na faculdade significa a superação de apenas um dos obstáculos encontrados por alguns presos ao passarem ao regime semi-aberto ou para a liberdade condicional.
Cumprindo pena desde 96, Robson Mansan, 35, começou a frequentar o Cursinho da Poli em março de 2000. No meio do ano passado, ele conseguiu ser aprovado no curso de tecnologia de obras hidráulicas da Fatec (Faculdade de Tecnologia), mas foi reprovado por faltas logo no primeiro semestre. Como estava em regime semi-aberto, ele tinha de estar na Penitenciária de Franco da Rocha, no máximo, à meia-noite, mas a última aula ia até as 22h30, o que o obrigava a sair mais cedo.
Mansan teve de enfrentar ainda o preconceito por parte dos funcionários da penitenciária. "Eles diziam: "Vocês que são presos estão estudando, têm direito a isso e àquilo, e a gente, que trabalha para o Estado, não tem direito a nada"." Outro obstáculo, segundo ele, é a dificuldade em arcar com os custos do curso.
Isso é agravado pela dificuldade em arranjar emprego com carteira assinada. "Se uma pessoa está contratando 15 funcionários, a partir do momento em que sabe que você é ex-presidiário, ela registrará 14 em carteira, pagará a todos os benefícios, mas você, que precisa muito do emprego, ela não vai registrar e só vai pagar R$ 200, sendo que você terá de fazer o mesmo serviço que os outros."


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