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São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2003

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Escola também educa alunos na hora do lanche

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao longo de 2001, os 5.000 alunos do colégio Dante Alighieri, de São Paulo, consumiram 4.830 litros de sucos de frutas. No ano seguinte, o consumo saltou para 11.600 litros.
Os números revelam o sucesso de uma experiência de mudança de hábitos alimentares na escola. Sem proibir o que "todo mundo gosta", a escola motiva os alunos a optarem por combinações saudáveis.
A experiência começou em 1999 com a contratação da nutricionista Martha Fonseca Paschoa, 29. "Eu vinha de um hospital, onde eu decidia o que os pacientes iriam comer. Aqui, os alunos mandavam. Muitos compravam salgadinhos só por causa da figurinha. Os magrinhos pegavam a figurinha e deixavam a batata do lado. O gordinho vinha e comia."
A nutricionista substituiu frituras por assados e colocou nas cantinas da escola cardápios com as calorias dos alimentos. Nas "vitrines", os sucos naturais estão em primeiro lugar. Refrigerantes existem, mas estão escondidos na geladeira. Brigadeiro, tem sim, mas custa mais caro que uma maçã.
A cada dia, as crianças podem escolher o cardápio comum ou o light. Um restaurante foi aberto para atender os alunos que precisam estender seus horários. Eles escolhem o cardápio, contabilizando as calorias, mas não podem fugir do grelhado, arroz, feijão e salada.
No próximo ano, a escola terá um "kit atleta", para os que participam de competições. "Todo mundo passou por treinamento, pois achamos que ensinar a comer é uma das funções da escola", diz Paschoa.
Alunos acima do peso, ou com problemas como diabetes ou colesterol alto, são tratados individualmente. A partir da receita médica, a nutricionista prepara com o aluno um cardápio que é avalizado pelo médico. Vem sendo assim com Cícero Dias, 10, que tinha colesterol alto. "Médico e nutricionista elaboraram um cardápio que meu filho aceitou muito bem, e o colesterol voltou a níveis normais", afirma a psicóloga Maria da Glória Vicente, 43.


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