São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2004

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TRANSPORTE

Nesse ritmo, valor repassado pela prefeitura a empresas de ônibus para cobrir despesas superará em 2005 a verba disponível

Subsídio com bilhete único aumenta 91%

DA REPORTAGEM LOCAL

O subsídio às empresas de ônibus que prestam serviço à Prefeitura de São Paulo cresceu 91% em relação ao que era pago antes da implantação do bilhete único, em maio. O valor desembolsado este mês atingiu R$ 32,5 milhões, depois de sucessivos aumentos nos meses de setembro e outubro.
Se o prefeito eleito José Serra (PSDB) não iniciar uma redução de repasses a partir do ano que vem, o dinheiro reservado no Orçamento de 2005 para os subsídios às empresas -R$ 280 milhões- não será suficiente para arcar com as despesas. Para Serra, ainda há a opção de mudar o Orçamento por emenda para engordar o valor ou remanejar verbas.
O subsídio foi criado inicialmente para bancar gratuidades dos idosos, mas acabou incorporando neste ano outras despesas do sistema. Os opositores da prefeita Marta Suplicy (PT) sustentam que o aumento dos subsídios se deve ao fato de a cidade estar pagando o "custo real" do bilhete único, que permite mais de uma viagem ao preço de uma passagem, no período de duas horas.
Antes do bilhete único, a administração paulistana desembolsava mensalmente R$ 17 milhões com os subsídios, segundo dados levantados pela assessoria técnica do vereador Roberto Tripoli (PSDB) a pedido da Folha.
A partir de maio, com a implantação do bilhete único, o valor saltou para R$ 22,4 milhões. Em setembro, subiu para R$ 27,4 milhões e, em outubro, chegou a R$ 28,5 milhões. Até o fim da semana passada, o valor repassado às empresas de ônibus neste mês se mantinha nos R$ 28,5 milhões. No sábado, o "Diário Oficial" do município trouxe nova liberação da Secretaria Municipal de Transportes, desta vez de R$ 4 milhões, o que fez o subsídio pago em novembro chegar a R$ 32,5 milhões. Os dados são do Sistema de Execução Orçamentária (SEO).

Outro lado
A SPTrans (São Paulo Transporte), empresa responsável pelo transporte coletivo do município, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o sistema de bilhete único é auto-suficiente e não precisa do subsídio. A assessoria da SPTrans reforçou que, mesmo com os aumentos, não será necessário mexer na previsão orçamentária deste ano.
(CONRADO CORSALETTE)


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