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TRANSPORTE
Nesse ritmo, valor repassado pela prefeitura a empresas de ônibus para cobrir despesas superará em 2005 a verba disponível
Subsídio com bilhete único aumenta 91%
DA REPORTAGEM LOCAL
O subsídio às empresas de ônibus que prestam serviço à Prefeitura de São Paulo cresceu 91% em
relação ao que era pago antes da
implantação do bilhete único, em
maio. O valor desembolsado este
mês atingiu R$ 32,5 milhões, depois de sucessivos aumentos nos
meses de setembro e outubro.
Se o prefeito eleito José Serra
(PSDB) não iniciar uma redução
de repasses a partir do ano que
vem, o dinheiro reservado no Orçamento de 2005 para os subsídios às empresas -R$ 280 milhões- não será suficiente para
arcar com as despesas. Para Serra,
ainda há a opção de mudar o Orçamento por emenda para engordar o valor ou remanejar verbas.
O subsídio foi criado inicialmente para bancar gratuidades
dos idosos, mas acabou incorporando neste ano outras despesas
do sistema. Os opositores da prefeita Marta Suplicy (PT) sustentam que o aumento dos subsídios
se deve ao fato de a cidade estar
pagando o "custo real" do bilhete
único, que permite mais de uma
viagem ao preço de uma passagem, no período de duas horas.
Antes do bilhete único, a administração paulistana desembolsava mensalmente R$ 17 milhões
com os subsídios, segundo dados
levantados pela assessoria técnica
do vereador Roberto Tripoli
(PSDB) a pedido da Folha.
A partir de maio, com a implantação do bilhete único, o valor saltou para R$ 22,4 milhões. Em setembro, subiu para R$ 27,4 milhões e, em outubro, chegou a R$
28,5 milhões. Até o fim da semana
passada, o valor repassado às empresas de ônibus neste mês se
mantinha nos R$ 28,5 milhões.
No sábado, o "Diário Oficial" do
município trouxe nova liberação
da Secretaria Municipal de Transportes, desta vez de R$ 4 milhões,
o que fez o subsídio pago em novembro chegar a R$ 32,5 milhões.
Os dados são do Sistema de Execução Orçamentária (SEO).
Outro lado
A SPTrans (São Paulo Transporte), empresa responsável pelo
transporte coletivo do município,
afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o sistema de
bilhete único é auto-suficiente e
não precisa do subsídio. A assessoria da SPTrans reforçou que,
mesmo com os aumentos, não será necessário mexer na previsão
orçamentária deste ano.
(CONRADO CORSALETTE)
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