São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

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Jovem é morto pela polícia em frente a estação do metrô

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o adolescente sacou uma arma e disparou ao ser revistado, de madrugada

Versão da PM, de que grupo havia tentado invadir estação Patriarca, foi negada pela pasta; Corregedoria investigará o caso

GIOVANNA BALOGH
VITOR SORANO
DO "AGORA"

Um estudante de 15 anos morreu ontem após uma suposta troca de tiros com policiais militares. Segundo a polícia, ele integrava uma quadrilha que pretendia invadir e provavelmente assaltar a estação Patriarca, da linha 3-vermelha do metrô, na zona leste.
A Polícia Militar foi acionada às 3h de ontem por funcionários do Metrô, que estavam na estação, ainda fechada àquela hora. Segundo o Metrô, os funcionários ouviram vozes e estranharam a presença de um grupo perto do portão.
Já a polícia afirmou inicialmente que cerca de dez homens tentaram invadir a estação, o que não foi confirmado pelo Metrô e foi, mais tarde, desmentido pela Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Quando chegaram ao local, os policiais disseram que foram recebidos a tiros. Esta versão da PM também foi desmentida horas depois pela secretaria.
Segundo a polícia, o adolescente que foi morto estava com um revólver calibre 38 e, durante a troca de tiros, baleou de raspão uma das pernas do PM Wellington Bernardo de Souza.
A polícia teria revidado e o jovem foi atingido por três tiros. Ele morreu no Pronto-Socorro do Tatuapé. O PM também foi socorrido no hospital e recebeu alta na manhã de ontem.
A PM prendeu perto da estação outros quatro suspeitos -dois deles menores de idade. Os dois jovens, de 15 e 17 anos, são vizinhos e estavam juntos com o rapaz que morreu. Eles afirmaram que não conheciam os outros dois homens detidos. Todos foram levados ao 31º DP (Vila Carrão), onde prestaram depoimento e foram liberados depois, por falta de provas.
À noite, a Secretaria da Segurança Pública informou que não houve tentativa de assalto ao Metrô, mas sim uma confusão na porta da estação. Segundo a pasta, com a chegada da PM, o grupo se dispersou e apenas os três jovens permaneceram no local, onde teriam sido revistados. Na hora da revista, segundo a secretaria, um deles teria sacado a arma e efetuado o disparo. Os policiais revidaram e o menino morreu.
Familiares dos três adolescentes afirmaram que eles -todos estudantes- voltavam de uma festa. Além de matar um deles, os policiais também são acusados de agredir com coronhadas na cabeça outro jovem, de 17 anos.
Segundo familiares, os jovens não estavam armados e teriam se envolvido em uma briga com outro grupo, na porta da estação. A Corregedoria da PM disse que vai apurar o caso.


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