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Jovem é morto pela polícia em frente a estação do metrô
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o adolescente sacou uma arma e disparou ao ser revistado, de madrugada
Versão da PM, de que grupo havia tentado invadir estação Patriarca, foi negada pela pasta; Corregedoria investigará o caso
GIOVANNA BALOGH
VITOR SORANO
DO "AGORA"
Um estudante de 15 anos
morreu ontem após uma suposta troca de tiros com policiais militares. Segundo a polícia, ele integrava uma quadrilha que pretendia invadir e provavelmente assaltar a estação
Patriarca, da linha 3-vermelha
do metrô, na zona leste.
A Polícia Militar foi acionada
às 3h de ontem por funcionários do Metrô, que estavam na
estação, ainda fechada àquela
hora. Segundo o Metrô, os funcionários ouviram vozes e estranharam a presença de um
grupo perto do portão.
Já a polícia afirmou inicialmente que cerca de dez homens tentaram invadir a estação, o que não foi confirmado
pelo Metrô e foi, mais tarde,
desmentido pela Secretaria de
Estado da Segurança Pública.
Quando chegaram ao local,
os policiais disseram que foram
recebidos a tiros. Esta versão
da PM também foi desmentida
horas depois pela secretaria.
Segundo a polícia, o adolescente que foi morto estava com
um revólver calibre 38 e, durante a troca de tiros, baleou de
raspão uma das pernas do PM
Wellington Bernardo de Souza.
A polícia teria revidado e o jovem foi atingido por três tiros.
Ele morreu no Pronto-Socorro
do Tatuapé. O PM também foi
socorrido no hospital e recebeu
alta na manhã de ontem.
A PM prendeu perto da estação outros quatro suspeitos
-dois deles menores de idade.
Os dois jovens, de 15 e 17 anos,
são vizinhos e estavam juntos
com o rapaz que morreu. Eles
afirmaram que não conheciam
os outros dois homens detidos.
Todos foram levados ao 31º DP
(Vila Carrão), onde prestaram
depoimento e foram liberados
depois, por falta de provas.
À noite, a Secretaria da Segurança Pública informou que
não houve tentativa de assalto
ao Metrô, mas sim uma confusão na porta da estação. Segundo a pasta, com a chegada da
PM, o grupo se dispersou e apenas os três jovens permaneceram no local, onde teriam sido
revistados. Na hora da revista,
segundo a secretaria, um deles
teria sacado a arma e efetuado o
disparo. Os policiais revidaram
e o menino morreu.
Familiares dos três adolescentes afirmaram que eles -todos estudantes- voltavam de
uma festa. Além de matar um
deles, os policiais também são
acusados de agredir com coronhadas na cabeça outro jovem,
de 17 anos.
Segundo familiares, os jovens não estavam armados e teriam se envolvido em uma briga com outro grupo, na porta da
estação. A Corregedoria da PM
disse que vai apurar o caso.
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