São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

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PF emenda feriado e afeta centenas em SP

Polícia Federal adotou ponto facultativo depois que Dia do Servidor Público, que caiu num domingo, foi transferido para ontem

Pessoas que vieram de outros Estados reclamaram que site e telefone do órgão informaram que sede funcionaria normalmente

Diego Padgurschi/Folha Imagem
Quem tinha atendimento marcado na sede da Polícia Federal se deparou com os portões fechados


KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Usuários dos serviços da Polícia Federal de São Paulo, inclusive com agendamento marcado e confirmação via internet e telefone, foram surpreendidos ontem com o fechamento do prédio da Superintendência Regional na Lapa, zona oeste da capital paulista. Mais de 1.400 pessoas são atendidas por dia em São Paulo, segundo a PF.
Ontem, muitas vieram de outros Estados para dar entrada no pedido de passaporte. Eram orientadas por funcionários da portaria a retornar na segunda e alertadas de que o prédio fechará na terça, devido ao feriado municipal do Dia da Consciência Negra. Em uma hora, a Folha contou mais de 100 pessoas à procura dos serviços.
Houve muitas queixas de usuários, muitos deles idosos e mulheres com crianças no colo que acordaram cedo e enfrentaram o frio de 16C. Todos alegavam não terem sido avisados.
A PF informou que não funcionou ontem porque adotou o ponto facultativo após portaria do Ministério do Planejamento ter transferido excepcionalmente para 16 de novembro o Dia do Servidor Público Federal, comemorado em 28 de outubro, mas que neste ano caiu em um domingo.
Segundo a assessoria de imprensa da PF em Brasília, quando os horários dos usuários foram agendados, o Ministério do Planejamento ainda não havia decidido quando seria o ponto facultativo, o que ocorreu no dia 25 de outubro. Assim, o setor de comunicação social da superintendência em São Paulo afirmou que a forma escolhida para informar seus clientes foi enviar nota à imprensa na última terça e quarta-feira.
Nota disponível no site da Presidência da República ontem argumentava que esta não foi a primeira vez que o governo "deslocou" a comemoração do Dia do Servidor. A mesma medida foi usada em 1999 e 2000.
Além de agendar pedidos para passaporte, a sede da PF deixou de emitir o documento e de regularizar a situação de estrangeiros no Brasil. Somente o plantão policial operou.
"Como ontem [anteontem] quase tudo fechou por conta da Proclamação da República, achei que a PF fosse emendar esse feriado hoje [ontem]. Então liguei para o 0800-978-2336 [Central de Atendimento ao Usuário do Novo Passaporte Brasileiro], falei que tinha agendamento para dar entrada no pedido de passaporte e uma atendente me falou que a PF estava aberta", afirmou a tradutora Silvana Pagotto, 44.
A Folha ligou ontem às 16h para o número de telefone que a tradutora informou e uma funcionária afirmou não saber dizer se a PF estava aberta ou não. Sugeriu que a reportagem fosse pessoalmente ao prédio ou ligasse para lá para checar. Às 16h30, ninguém atendia no número 11-3538-5000.
A professora Jael Marques, 45, diz que ligou para o serviço 156 da Prefeitura de São Paulo e foi informada de que a PF funcionava. Saiu então de Cananéia (300 km de SP) com um amigo mexicano para regularizar a situação dele. "É uma falta de respeito."
A empresária portuguesa Cristina Marques, 43, diz que deixou Avaré (262 km de SP) porque confirmou o agendamento no site da PF (www.dpf.gov.br). À tarde, a Folha entrou no site, mas ele não autorizava mais agendamentos nem informava sobre o ponto facultativo.


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