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Após missa, familiares de motoboy fazem protesto na porta das Casas Bahia
DANIELA ARRAIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Casas Bahia da estrada de
Itapecerica, na zona sul de SP,
fechou as portas ontem -mesmo dia que a família do motoboy Alberto Milfont Júnior, 23,
morto por um segurança da loja
na última segunda-feira, escolheu para fazer um protesto.
Às 10h30, família e amigos do
motoboy seguiram da igreja
Nossa Senhora do Carmo, onde
cerca de 350 pessoas participaram da missa de 7º dia, para a
loja da rede. Dois carros da Polícia Militar faziam vigilância.
Pendurada nas portas fechadas, uma faixa dizia: "A Casas
Bahia não abre as portas neste
domingo, 16/11/08, em solidariedade a família de Alberto
Milfont Júnior". Também era
possível ler um picho: "Hoje
matam por nada".
Pessoas que estavam no protesto usaram tinta spray para
escrever na faixa "7 dias após?
Justiça". A loja manteve funcionamento normal após o assassinato do motoboy.
Poucos minutos depois, um
pedaço da faixa foi rasgado.
Uma camiseta com a foto de Alberto foi colada e recebeu mensagens de solidariedade.
Darilene Ribeiro, 22, namorada de Alberto e mãe do filho
deles, de cinco meses, se desesperou ao chegar à loja, chorando muito -desde o ocorrido,
tem tomado calmantes, segundo familiares. Foi amparada
por uma das irmãs do rapaz.
A família acendeu sete velas e
rezou. "Alberto faleceu injustamente, era inocente. Foi comprar um colchão para começar
a vida. Foi aqui que um pedaço
da gente se acabou", falou Amélia Silva Lima, tia do rapaz.
O segurança Souza está preso. Trabalha para a Gocil Segurança Patrimonial, contratada
pelas Casas Bahia. Em nota, a
Gocil diz que "desde o infausto
episódio", a empresa canaliza
esforços para colaborar com as
investigações e prestar todo e
qualquer auxílio às famílias envolvidas."
A Gocil diz que "nunca se furtou nem se furtará às suas responsabilidades e apenas aguarda o trâmite normal do processo e a conclusão das investigações para tomar todas as providências e atitudes requeridas".
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