DA SUCURSAL DO RIO

Na hora de pedir a separação, as mulheres são mais decididas do que os homens: em 76% dos casos registrados nos cartórios em 2000, foram elas que pediram para se separar, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Aos homens, restaram 24% das solicitações.
Historicamente, as mulheres sempre lideraram os pedidos de separação, mas a participação delas no total tem aumentado. Em 1990, eram responsáveis por 70,7% dos pedidos nos quais não havia consenso com o marido sobre o fim do casamento -e os homens, por 29,3%.
O motivo, dizem os especialistas, é a maior inserção das mulheres no mercado de trabalho e, consequentemente, a maior independência financeira em relação ao marido.
"As mulheres conquistaram uma liberdade de proceder ao trabalhar fora. Elas ficaram mais independentes. Muitas hoje são chefes de família", afirma a advogada Graça Condé, presidente da Associação Brasileira de Direito da Família.

Divórcios
No caso dos divórcios, as mulheres também lideram o número de solicitações, mas a dianteira não é tão grande.
Em 2000, os homens responderam por 45,5% dos pedidos de divórcio -e as mulheres, por 54,5%. A diferença era menor em 1990: 48,6% contra 51,4%.
Para a técnica do IBGE Elisa Caillaux, o motivo da distância mais curta no caso dos divórcios é que os homens se casam com mais frequência pela segunda vez. Por isso, são obrigados a tomar a iniciativa de entrar com o processo de divórcio. Só pessoas divorciadas podem se unir legalmente mais de uma vez.
Segundo o IBGE, ao longo da década de 90, cerca de 80% das separações ocorreram de forma amigável (consensual, no termo tecnicamente adotado).


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