São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Piora a qualidade das praias em São Paulo

Chuvas e falta de saneamento básico são as principais causas apontadas

Apenas 47 das 136 praias medidas no litoral paulista passaram o ano inteiro próprias para banho -15 a menos que no ano passado

DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Encontrar uma praia limpa no verão que começa nesta quinta-feira será mais difícil. Apenas 47 das 136 que têm a qualidade da água medida no litoral paulista passaram o ano todo próprias para banho, 15 a menos que no ano passado.
Levantamento feito pela Folha com base nas avaliações da Cetesb (agência ambiental paulista) tabuladas até o domingo passado, indica que, dos 155 pontos medidos em 136 praias (há algumas com mais de um ponto de medição), 47 estiveram bons -limpos o ano todo.
Outros 87 pontos ficaram regulares (impróprios para banho em menos da metade do ano) e 19 ruins (impróprios em mais da metade do ano).
Em 2005, foram 62 pontos bons em 53 praias, 73 regulares e 17 ruins. Havia um local a menos: Viana, em Ilhabela, só passou a ser monitorada neste ano.

Piora nos municípios
De 15 municípios litorâneos, quase todos tiveram piora. No Guarujá, três pontos estiveram limpos em todo o ano passado. Neste ano, nenhum. A professora Ana Beatriz Pinheiro, 38, que tem um apartamento em Pitangueiras, está com receio de entrar na água.
O imóvel dela fica perto do ponto de medição da rua Silvia Valadão, que, em 2005, esteve bom o ano todo, mas neste ano teve algumas semanas com nível impróprio. "A gente paga caro para ter apartamento aqui e espero que façam alguma coisa para melhorar a situação. O lixo não pode ir parar na praia."
A gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb, Claudia Lamparelli, explica que a piora na balneabilidade ocorre por vários fatores. "O primeiro é o crescimento populacional grande, maior que a média do Estado. Quanto mais gente, mais esgoto", diz. Em Ilhabela, por exemplo, a taxa de atendimento em coleta de esgotos é de 5%, conta Claudia. A maioria das 15 cidades fica na faixa que vai de 10% a 30%.
A Sabesp, em nota oficial, afirma vem fazendo obras para melhorar o atendimento e diz que, no começo de 2007, será investido R$ 1 bilhão.
Além da falta de atendimento de esgoto, Claudia lembra que as chuvas ajudam a piorar a qualidade das praias.

Riscos
Entrar em água do mar imprópria para banho pode causar uma série de doenças que vão de micoses à gastroenterites. Idosos e crianças, por terem o sistema imunológico mais frágil, são os que mais sofrem com a poluição das praias, e é preciso ficar atento às medições. Bandeiras vermelhas na areia significam que o local não está recomendado para banho.
"Quando a praia está imprópria, o risco de contaminação de doenças, como hepatites, é maior", afirma o gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb, Claudia Lamparelli.
A dermatologista Meire Brasil Parada, da Unifesp, lembra que outro problema são as micoses. "Micose pode ser transmitida pela água ou pela areia e é contagiosa", diz.


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