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Piora a qualidade das praias em São Paulo
Chuvas e falta de saneamento básico são as principais causas apontadas
Apenas 47 das 136 praias medidas no litoral paulista passaram o ano inteiro próprias para banho -15 a menos que no ano passado
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Encontrar uma praia limpa
no verão que começa nesta
quinta-feira será mais difícil.
Apenas 47 das 136 que têm a
qualidade da água medida no litoral paulista passaram o ano
todo próprias para banho, 15 a
menos que no ano passado.
Levantamento feito pela Folha com base nas avaliações da
Cetesb (agência ambiental paulista) tabuladas até o domingo
passado, indica que, dos 155
pontos medidos em 136 praias
(há algumas com mais de um
ponto de medição), 47 estiveram bons -limpos o ano todo.
Outros 87 pontos ficaram regulares (impróprios para banho em menos da metade do
ano) e 19 ruins (impróprios em
mais da metade do ano).
Em 2005, foram 62 pontos
bons em 53 praias, 73 regulares
e 17 ruins. Havia um local a menos: Viana, em Ilhabela, só passou a ser monitorada neste ano.
Piora nos municípios
De 15 municípios litorâneos,
quase todos tiveram piora. No
Guarujá, três pontos estiveram
limpos em todo o ano passado.
Neste ano, nenhum. A professora Ana Beatriz Pinheiro, 38,
que tem um apartamento em
Pitangueiras, está com receio
de entrar na água.
O imóvel dela fica perto do
ponto de medição da rua Silvia
Valadão, que, em 2005, esteve
bom o ano todo, mas neste ano
teve algumas semanas com nível impróprio. "A gente paga
caro para ter apartamento aqui
e espero que façam alguma coisa para melhorar a situação. O
lixo não pode ir parar na praia."
A gerente do setor de águas
litorâneas da Cetesb, Claudia
Lamparelli, explica que a piora
na balneabilidade ocorre por
vários fatores. "O primeiro é o
crescimento populacional
grande, maior que a média do
Estado. Quanto mais gente,
mais esgoto", diz. Em Ilhabela,
por exemplo, a taxa de atendimento em coleta de esgotos é
de 5%, conta Claudia. A maioria
das 15 cidades fica na faixa que
vai de 10% a 30%.
A Sabesp, em nota oficial,
afirma vem fazendo obras para
melhorar o atendimento e diz
que, no começo de 2007, será
investido R$ 1 bilhão.
Além da falta de atendimento de esgoto, Claudia lembra
que as chuvas ajudam a piorar a
qualidade das praias.
Riscos
Entrar em água do mar imprópria para banho pode causar uma série de doenças que
vão de micoses à gastroenterites. Idosos e crianças, por terem o sistema imunológico
mais frágil, são os que mais sofrem com a poluição das praias,
e é preciso ficar atento às medições. Bandeiras vermelhas na
areia significam que o local não
está recomendado para banho.
"Quando a praia está imprópria, o risco de contaminação
de doenças, como hepatites, é
maior", afirma o gerente do setor de águas litorâneas da Cetesb, Claudia Lamparelli.
A dermatologista Meire Brasil Parada, da Unifesp, lembra
que outro problema são as micoses. "Micose pode ser transmitida pela água ou pela areia e
é contagiosa", diz.
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