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Em carro furtado, menino de 12 anos é detido pela 9ª vez
Ele dirigia um Santana e estava com outros 3 adolescentes, de 14, 16 e 17 anos; é a 1ª vez que ele é encaminhado para ex-Febem
Garotos disseram à polícia que acharam o carro aberto; a polícia afirma que eles tinham 3 instrumentos usados para abrir fechadura
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia deteve anteontem
pela nona vez um menino de 12
anos por furtar um automóvel
na zona sul de São Paulo. Ele dirigia um Santana em companhia de outros três garotos, de
14, 16 e 17 anos.
O garoto aprendeu a dirigir
aos 8 anos de idade. Em pouco
mais de um ano, foi detido por
furtar veículos, dirigir sem habilitação, arrombar um comércio e desacatar autoridades,
além de cometer atentado violento ao pudor.
A última detenção foi às
18h20 de segunda-feira. O menino e três amigos estavam em
um Santana furtado e foram
perseguidos pela Polícia Militar. Acabaram capturados em
uma rua sem saída no Jardim
Mirna, zona sul. O carro era de
um padeiro de 29 anos e havia
sido furtado na semana passada em Diadema, no ABC.
Os meninos disseram à polícia ter encontrado o carro aberto próximo a uma linha férrea e
decidiram "dar uma volta".
No entanto, segundo o delegado Luiz Carlos Ferreira, titular do 85º Distrito Policial (Jardim Mirna), com o menino foram encontradas três chaves
"mixas", instrumentos usados
para abrir fechaduras.
Os meninos de 14 e 17 anos
foram entregues aos pais. O de
12 anos e o de 16 -que havia sido detido em novembro sob
acusação de receptação- foram entregues à Fundação Casa, que os apresentou à Vara da
Infância e da Juventude para
que prestassem depoimento. A
Justiça decidiria se eles ficariam detidos -a decisão não foi
divulgada porque o caso corre
em segredo.
É a primeira vez que o garoto
vai para a ex-Febem. A dúvida,
agora, é se ele continuará internado ou não. Segundo Thales
de Oliveira, promotor da Vara
da Infância e Juventude, esse é
o segundo crime que o garoto
comete após completar 12
anos. A lei só prevê internação
na ex-Febem após o terceiro
crime. Para ele, o menino deveria cumprir liberdade assistida,
indo toda semana a instituições
educacionais e recebendo visitas de assistentes sociais.
Ariel de Castro Alves, membro do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e
do Adolescente), disse acreditar que o garoto deveria receber
apoio psicológico e sua família,
assistência. Para ele, a situação
mostra a ineficiência dos programas de assistência, que hoje,
diz, estão sobrecarregados.
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