São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Em carro furtado, menino de 12 anos é detido pela 9ª vez

Ele dirigia um Santana e estava com outros 3 adolescentes, de 14, 16 e 17 anos; é a 1ª vez que ele é encaminhado para ex-Febem

Garotos disseram à polícia que acharam o carro aberto; a polícia afirma que eles tinham 3 instrumentos usados para abrir fechadura

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia deteve anteontem pela nona vez um menino de 12 anos por furtar um automóvel na zona sul de São Paulo. Ele dirigia um Santana em companhia de outros três garotos, de 14, 16 e 17 anos.
O garoto aprendeu a dirigir aos 8 anos de idade. Em pouco mais de um ano, foi detido por furtar veículos, dirigir sem habilitação, arrombar um comércio e desacatar autoridades, além de cometer atentado violento ao pudor.
A última detenção foi às 18h20 de segunda-feira. O menino e três amigos estavam em um Santana furtado e foram perseguidos pela Polícia Militar. Acabaram capturados em uma rua sem saída no Jardim Mirna, zona sul. O carro era de um padeiro de 29 anos e havia sido furtado na semana passada em Diadema, no ABC.
Os meninos disseram à polícia ter encontrado o carro aberto próximo a uma linha férrea e decidiram "dar uma volta".
No entanto, segundo o delegado Luiz Carlos Ferreira, titular do 85º Distrito Policial (Jardim Mirna), com o menino foram encontradas três chaves "mixas", instrumentos usados para abrir fechaduras.
Os meninos de 14 e 17 anos foram entregues aos pais. O de 12 anos e o de 16 -que havia sido detido em novembro sob acusação de receptação- foram entregues à Fundação Casa, que os apresentou à Vara da Infância e da Juventude para que prestassem depoimento. A Justiça decidiria se eles ficariam detidos -a decisão não foi divulgada porque o caso corre em segredo.
É a primeira vez que o garoto vai para a ex-Febem. A dúvida, agora, é se ele continuará internado ou não. Segundo Thales de Oliveira, promotor da Vara da Infância e Juventude, esse é o segundo crime que o garoto comete após completar 12 anos. A lei só prevê internação na ex-Febem após o terceiro crime. Para ele, o menino deveria cumprir liberdade assistida, indo toda semana a instituições educacionais e recebendo visitas de assistentes sociais.
Ariel de Castro Alves, membro do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), disse acreditar que o garoto deveria receber apoio psicológico e sua família, assistência. Para ele, a situação mostra a ineficiência dos programas de assistência, que hoje, diz, estão sobrecarregados.


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