São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Foco

Obra de Kassab "embargada" por criminosos continua parada seis meses depois

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Continua parada a construção de um pontilhão na zona leste de São Paulo que em junho havia sido "embargada" por criminosos.
À época, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, acompanhados de cerca de 50 policiais, foram ao local e afirmaram que a obra seria retomada imediatamente.
"A cidade tem ordem, tem comando (...). Não iremos tolerar interferências nas ações da prefeitura", disse Kassab, que prometeu entregá-la em agosto.
"Foi um episódio isolado e que não deve se repetir", afirmou o secretário.
A Folha voltou ontem à favela do Pintadinho, em Itaquera, e verificou que ali só fica um funcionário da construtora Crisciuma Companhia Comercial Ltda, contratada por R$ 156 mil pela prefeitura para fazer a obra. Ele disse ser o vigia. Vizinhos disseram que a obra está parada há meses.
O pontilhão cria uma rota de passagem entre a favela e a avenida Itaquera, aumentando o fluxo de veículos em um local que, segundo moradores, é dominado por traficantes de drogas.
Em junho, os funcionários da obra foram ameaçados por homens armados quando começaram a montar o canteiro. A placa anunciando a construção foi, então, arrancada e queimada.
A Folha apurou que os funcionários da construtora continuam com medo. Consideram que a região é isolada e que não há garantias de segurança.
O pontilhão, de três metros de comprimento, foi projetado para a rua Senador Georgino Avelino, próximo à rua Arraial do Bonfim, onde fica a favela.
Duas vigas estão em um terreno vizinho aguardando, segundo o vigia, que a energia seja desligada para que sejam instaladas.
A única coisa que mudou desde junho foi o local do pontilhão improvisado por moradores para atravessar o córrego. Agora, a passagem está em uma área de terra.
A prefeitura informou ontem que técnicos da Secretaria de Infra-Estrutura Urbana e Obras farão uma vistoria "nos próximos dias" para verificar a situação antes de emitir uma posição oficial.


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