São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Chuva em Minas mata 4 pessoas após deslizamento

Casal e seus dois filhos dormiam na mesma cama quando foram soterrados

Desde o início da temporada de chuvas, em setembro, Minas Gerais registrou 8 mortes e mais de 100 mil pessoas foram afetadas

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A chuva que atinge Minas Gerais desde o fim de semana voltou a fazer vítimas ontem.
Quatro pessoas -um casal e seus dois filhos, de quatro e seis anos- morreram soterradas após a casa onde estavam ser atingida por um deslizamento de barreiras em Ervália (265 km de Belo Horizonte).
A família dormia na mesma cama, no morro do Rói, quando por volta da 1h aconteceu o deslizamento sobre a casa. Um homem de 84 anos que estava na casa também ficou ferido.
Desde o início da temporada de chuvas, em setembro, o Estado registrou oito mortes -duas por afogamento, uma por raio e cinco por soterramento. Mais de 100 mil pessoas foram afetadas no Estado.
Apesar de continuar a chover intensamente na região metropolitana, o número de ocorrências registradas pelo Corpo de Bombeiros ontem foi inferior ao registrado na segunda-feira. O número de locais alagados baixou de 41 para quatro.
As três mortes ocorridas anteontem na região metropolitana de BH -de duas pessoas cujos corpos foram achados no córrego da Onça e de um homem atingido pelo desabamento de um muro em Contagem- não foram contabilizadas como decorrência das chuvas.
De acordo com o 5º Disme (Distrito de Meteorologia) do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a previsão é de mais chuvas em todo o Estado, em maior concentração pluviométrica na Zona da Mata, centro (incluindo BH), leste e noroeste do Estado. Amanhã à tarde, no entanto, as chuvas devem diminuir de intensidade.
Dos 853 municípios de MG, apenas cerca de cem têm as defesas civis municipais ativadas, segundo a Cedec (Coordenadoria Estadual de Defesa Civil). A situação é considerada "grave" pelo diretor de Comunicação da Defesa Civil estadual, capitão Edylan Arruda.
Ou seja, apenas 11% dos municípios têm defesa civil estruturada, embora no papel elas existam em 603 cidades do Estado. Isso ocorre porque, para que os prefeitos possam receber ajuda material e financeira após uma eventual tragédia, precisam ter criado as Comdecs (Coordenadoria Municipal de Defesa Civil), estruturadas ou não. Sem as Comdecs, cerca de 90% das cidades não têm controle das áreas de risco para suas populações.


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