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Estiagem prolongada seca rios e afeta Roraima e o norte do Pará
JEAN-PHILIP STRUCK
DA AGÊNCIA FOLHA
A estiagem prolongada que
atinge parte da região Norte secou rios, provocou escassez de
água e fez 22 municípios decretarem estado de emergência.
Roraima e o norte do Pará são
os lugares mais atingidos.
Em Roraima, 4 dos 15 municípios decretaram estado de
emergência. Rorainópolis (298
km de Boa Vista), segunda
maior cidade do Estado, com
25 mil habitantes, está racionando água porque os poços
que fazem o abastecimento estão quase secos.
Nos municípios de São João
da Baliza, São Luiz do Anauá e
Caroebe, no sul do Estado, não
chove há 90 dias. O gado sofre
com a falta de água nos rios e
igarapés. A água que sobra nos
rios está contaminada por milhares de peixes mortos.
O governo do Estado pediu
recursos federais para construir cisternas para fornecer
água ao gado.
Produtores de banana perderam toda a produção. "Se não
chover, vamos ter que decretar
emergência no Estado inteiro",
afirma Kléber Gomes, secretário-executivo da Defesa Civil de
Roraima.
Os agricultores e pecuaristas
estão sendo orientados a não
realizar queimadas. "Se um
queimar, vamos perder o controle", diz Gomes.
No Pará, falta água nos municípios de Cachoeira do Arari e
Santa Cruz do Arari, na ilha de
Marajó.
"Nós sempre passamos seis
meses embaixo d'água e outros
seis na seca, mas desta vez os
poços secaram. Isso nunca tinha acontecido", afirma Alexandre Lima, coordenador da
Defesa Civil de Cachoeira e
Santa Cruz.
Duzentas cestas básicas foram enviadas pelo governo do
Estado à população afetada
-pescadores e pequenos agricultores que tiveram que interromper suas atividades.
No Amazonas, 15 municípios
estão em estado de emergência,
a maior parte deles na região do
alto rio Negro.
No Amapá, o coordenador da
Defesa Civil, Giovanni Maciel
Filho, diz que as chuvas parecem estar ganhando intensidade e que já não é mais necessário distribuir água para comunidades que sofriam com os
efeitos da estiagem. Para o
coordenador, a falta de chuvas
teve até aspectos positivos.
"Sem chuva, a incidência de
dengue diminuiu no Amapá."
Segundo o meteorologista
Ricardo Dallarosa, do Sipam
(Sistema de Proteção da Amazônia), a média de chuvas de
dezembro deve ser inferior à
metade do que é considerado
normal para o mês por causa do
fenômeno El Niño, que interfere no clima da região.
"Está chovendo, mas não é
suficiente. São chuvas esparsas,
muito localizadas", afirma Dallarosa. Para o meteorologista,
o volume menor de chuvas vai
durar até o fim de janeiro ou começo de fevereiro.
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