São Paulo, quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

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Padrasto confessa ter inserido agulhas em menino na Bahia

Ele contou que levava a criança a centro de rituais por sugestão de uma amante

Espetado por quase 50 agulhas, o menino continuava internado ontem em estado grave e pode sofrer operação

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

O padrasto do menino de dois anos internado na Bahia com quase 50 agulhas dentro do corpo foi preso ontem após confessar que introduziu os objetos na criança em sessões de um ritual religioso, disse um agente da Polícia Civil de Ibotirama (643 km de Salvador).
Roberto Carlos Magalhães Lopes, que vivia com a mãe do menino havia um ano e meio, disse à polícia que levava a criança a um centro de rituais por sugestão de uma amante, segundo o agente policial.
A suposta amante, que nega envolvimento com Lopes, e a dona do centro de rituais religiosos também foram presas. Seus nomes não foram divulgados. A Agência Folha não localizou os advogados dos acusados.
A criança continuava internada ontem na UTI do hospital do Oeste, em Barreiras (858 km de Salvador), em estado grave, porém estável.
Anteontem, em depoimento, a mãe do menino disse que não sabe como as agulhas foram parar no corpo dele e que achava que Lopes poderia ter usado o garoto num ritual de magia negra. Na noite de terça-feira, quando prestou esclarecimentos na delegacia, Lopes negou ter inserido as agulhas.
Na tarde de ontem, ele foi detido para "averiguações" após dar entrada num hospital local com sintomas de pressão baixa.
Ao falar novamente à polícia sobre o caso, confessou.
O menino foi internado na madrugada de domingo. Exames de raio-X detectaram quase 50 agulhas de costura, cada uma com 4,5 centímetros, em diferentes partes de seu corpo.
Ao menos uma das agulhas perfurou um dos pulmões. A equipe médica avaliava ontem a possibilidade de uma cirurgia para a retirada das agulhas. Segundo Arnaldo Lichtenstein, clínico-geral do Hospital das Clínicas de SP, as agulhas não se movimentam pelo corpo.
Uma agulha inserida na perna não chegaria até o pulmão.
Uma possibilidade é que algumas tenham sido engolidas e perfurado o estômago, atingindo órgãos vizinhos. A agulha do pulmão pode ter sido inserida pelo peito. De qualquer forma, elas deviam estar incomodando o menino e causando dor, acredita o médico. Segundo ele, uma eventual cirurgia para retirar as agulhas deve priorizar as que podem provocar danos a órgãos vitais.
Aquelas que estão na perna, por exemplo, se não estiverem causando dor, podem ser deixadas lá. "Com o tempo, o organismo isola o corpo estranho e não há infecção", diz o médico.


Colaborou GABRIELA CUPANI , da Reportagem Local


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