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Caso constrangeu a diplomacia brasileira
DA REPORTAGEM LOCAL
O desmentido da notícia da
agressão de conotação xenófoba à advogada brasileira Paula
Oliveira por supostos militantes de um partido nacionalista
suíço e simpatizantes do neonazismo constrangeu a diplomacia brasileira.
À época, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva chegou a
dizer que o governo não iria "ficar calado diante de tamanha
violência contra uma brasileira
no exterior". Um dia depois,
com o resultado dos exames
que contradisseram a versão de
Paula, ele recuou, ao afirmar
não querer se "aprofundar" no
assunto, "levado muito a sério
pela polícia suíça".
O chanceler Celso Amorim
pediu apuração rápida, admitindo sinais de xenofobia no suposto ataque. Outros ministros
lembraram o Holocausto. O pai
da brasileira, Paulo Oliveira,
trabalhava como assessor do
deputado federal Roberto Magalhães (DEM-PE).
Todo o episódio foi considerado extremamente constrangedor nos meios diplomáticos
porque Amorim foi duro contra
o que seria xenofobia na Suíça.
Retratação
Yvan Perrin, vice-presidente
do SVP (Partido do Povo Suíço), cuja sigla foi talhada no
corpo durante a automutilação
de Paula, veio a público exigir
uma retratação do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, com
pedido de desculpas.
O Consulado do Brasil em
Zurique recebeu centenas de e-mails de protesto, exigindo desculpas. Segundo a cônsul brasileira, Vitória Cleaver, a maioria
criticava governo e imprensa
pelo suposto "exagero" nas críticas feitas à Suíça.
O caso Paula Oliveira, de fevereiro deste ano, ocorreu em
meio a um plebiscito para decidir se os suíços mantinham ou
não o acordo de livre circulação
pelo país de trabalhadores da
União Europeia. O acordo permitiu em 2002 que 200 mil cidadãos europeus trabalhassem
na Suíça. Por 59% dos votos, o
acordo foi confirmado.
Pelas ruas de Zurique se viam
outdoors em que corvos representando os imigrantes estraçalham o mapa da Suíça pintado com a bandeira do país.
"Passe livre para todos? Não!",
diziam os cartazes.
(VQG)
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