São Paulo, quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

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Caso constrangeu a diplomacia brasileira

DA REPORTAGEM LOCAL

O desmentido da notícia da agressão de conotação xenófoba à advogada brasileira Paula Oliveira por supostos militantes de um partido nacionalista suíço e simpatizantes do neonazismo constrangeu a diplomacia brasileira.
À época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a dizer que o governo não iria "ficar calado diante de tamanha violência contra uma brasileira no exterior". Um dia depois, com o resultado dos exames que contradisseram a versão de Paula, ele recuou, ao afirmar não querer se "aprofundar" no assunto, "levado muito a sério pela polícia suíça".
O chanceler Celso Amorim pediu apuração rápida, admitindo sinais de xenofobia no suposto ataque. Outros ministros lembraram o Holocausto. O pai da brasileira, Paulo Oliveira, trabalhava como assessor do deputado federal Roberto Magalhães (DEM-PE).
Todo o episódio foi considerado extremamente constrangedor nos meios diplomáticos porque Amorim foi duro contra o que seria xenofobia na Suíça.

Retratação
Yvan Perrin, vice-presidente do SVP (Partido do Povo Suíço), cuja sigla foi talhada no corpo durante a automutilação de Paula, veio a público exigir uma retratação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com pedido de desculpas.
O Consulado do Brasil em Zurique recebeu centenas de e-mails de protesto, exigindo desculpas. Segundo a cônsul brasileira, Vitória Cleaver, a maioria criticava governo e imprensa pelo suposto "exagero" nas críticas feitas à Suíça.
O caso Paula Oliveira, de fevereiro deste ano, ocorreu em meio a um plebiscito para decidir se os suíços mantinham ou não o acordo de livre circulação pelo país de trabalhadores da União Europeia. O acordo permitiu em 2002 que 200 mil cidadãos europeus trabalhassem na Suíça. Por 59% dos votos, o acordo foi confirmado.
Pelas ruas de Zurique se viam outdoors em que corvos representando os imigrantes estraçalham o mapa da Suíça pintado com a bandeira do país. "Passe livre para todos? Não!", diziam os cartazes. (VQG)


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