São Paulo, sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

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Protesto de motoboys deve afetar trânsito

Manifestantes sairão de quatro pontos da cidade às 8h; PM preparou esquema para acompanhar o ato, mas a CET, não

Na última sexta, protesto da categoria causou 10 km de congestionamento na marginal Pinheiros; destino será prefeitura e Câmara

RICARDO SANGIOVANNI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após promover um protesto que causou 10 km de congestionamento na marginal Pinheiros há uma semana, os motoboys fazem hoje, às 8h, um novo ato em São Paulo. A saída será simultânea de quatro pontos da cidade, o que deve atrapalhar o trânsito pela manhã.
O destino dos motoboys são os prédios da prefeitura e da Câmara, ambos no centro. Cerca de 60 mil panfletos foram distribuídos em dois dias para convocar os manifestantes.
Sem revelar detalhes, a Polícia Militar diz ter um plano especial para acompanhar o ato e impedir eventuais bloqueios.
A CET (Companhia de Engenharia do Tráfego) não preparou esquema especial, mas estará de prontidão, segundo a sua assessoria de imprensa.
A categoria quer que o município crie uma comissão para regulamentar o motofrete. Ela é contrária ao aumento do seguro obrigatório e às resoluções do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) que especificam padrões obrigatórios de capacete e itens de segurança.
Os motoboys também são contra a proibição da prefeitura ao tráfego de motos nas pistas expressas das marginais Tietê e Pinheiros. A restrição deve entrar em vigor, em caráter experimental, em fevereiro. A prefeitura anunciou uma comissão para monitorar a medida.
"Será uma manifestação contra a marginalização que a categoria vem sofrendo", afirmou Gilberto dos Santos, 28, presidente do Sindimotosp (Sindicato dos Mensageiros Motociclistas de São Paulo). Ele não soube estimar quantos motoboys o sindicato reunirá. Afirmou ainda se tratar de um protesto pacífico, "sem fechar o trânsito todo".
A orientação do sindicato é que os motoboys se concentrem às 8h na avenida Brigadeiro Faria Lima (zona oeste), rua Melo Freire, em frente à estação Carrão do metrô (zona leste), rua Tamoios (zona sul) e praça 14 Bis (região central).
Os quatro grupos, liderados por carros de som e cerca de 40 faixas, se encontrarão em frente à prefeitura, de onde seguem até a Câmara Municipal.
O organizador do protesto terá o apoio de Edivaldo Santiago, sindicalista que comandou os motoristas de ônibus e ganhou notoriedade nas duas últimas décadas pelo radicalismo e por seqüências de greves que pararam a cidade nas gestões Luiza Erundina (1988-1992), e Marta Suplicy (2001-2004).
Em maio de 2003, ele e outros sindicalistas foram presos pela Polícia Federal sob a acusação de forjar greves com empresários para pressionar a prefeitura a conceder subsídios e elevar a passagem. Santiago foi libertado em outubro daquele ano.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) não estará no gabinete no horário do protesto. Às 10h, ele inaugura uma unidade da AMA (Assistência Médica Ambulatorial) na Vila Mariana (zona sul da cidade). Segundo ele, é "muito saudável" a categoria manter diálogo com a prefeitura. Ressaltou, porém, que os motoboys devem procurar primeiro interlocução com a Secretaria dos Transportes.
Ontem, o titular da pasta, Alexandre de Moraes, anunciou em reunião com dois sindicatos de motoboys que criará uma comissão para avaliar os resultados da medida. A restrição poderá ser suspensa se não houver impacto na redução de acidentes ou fluidez do tráfego. Convidado, o Sindimotosp não compareceu. "A reunião veio tarde", disse Santos.


Colaboraram ALENCAR IZIDORO e EVANDRO SPINELLI, da Reportagem Local

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