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Protesto de motoboys deve afetar trânsito
Manifestantes sairão de quatro pontos da cidade às 8h; PM preparou esquema para acompanhar o ato, mas a CET, não
Na última sexta, protesto da categoria causou 10 km de congestionamento na marginal Pinheiros; destino será prefeitura e Câmara
RICARDO SANGIOVANNI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após promover um protesto
que causou 10 km de congestionamento na marginal Pinheiros há uma semana, os motoboys fazem hoje, às 8h, um novo ato em São Paulo. A saída será simultânea de quatro pontos
da cidade, o que deve atrapalhar o trânsito pela manhã.
O destino dos motoboys são
os prédios da prefeitura e da
Câmara, ambos no centro. Cerca de 60 mil panfletos foram
distribuídos em dois dias para
convocar os manifestantes.
Sem revelar detalhes, a Polícia Militar diz ter um plano especial para acompanhar o ato e
impedir eventuais bloqueios.
A CET (Companhia de Engenharia do Tráfego) não preparou esquema especial, mas estará de prontidão, segundo a
sua assessoria de imprensa.
A categoria quer que o município crie uma comissão para
regulamentar o motofrete. Ela
é contrária ao aumento do seguro obrigatório e às resoluções do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) que especificam padrões obrigatórios de
capacete e itens de segurança.
Os motoboys também são
contra a proibição da prefeitura
ao tráfego de motos nas pistas
expressas das marginais Tietê e
Pinheiros. A restrição deve entrar em vigor, em caráter experimental, em fevereiro. A prefeitura anunciou uma comissão
para monitorar a medida.
"Será uma manifestação contra a marginalização que a categoria vem sofrendo", afirmou
Gilberto dos Santos, 28, presidente do Sindimotosp (Sindicato dos Mensageiros Motociclistas de São Paulo). Ele não
soube estimar quantos motoboys o sindicato reunirá. Afirmou ainda se tratar de um protesto pacífico, "sem fechar o
trânsito todo".
A orientação do sindicato é
que os motoboys se concentrem às 8h na avenida Brigadeiro Faria Lima (zona oeste), rua
Melo Freire, em frente à estação Carrão do metrô (zona leste), rua Tamoios (zona sul) e
praça 14 Bis (região central).
Os quatro grupos, liderados
por carros de som e cerca de 40
faixas, se encontrarão em frente à prefeitura, de onde seguem
até a Câmara Municipal.
O organizador do protesto
terá o apoio de Edivaldo Santiago, sindicalista que comandou
os motoristas de ônibus e ganhou notoriedade nas duas últimas décadas pelo radicalismo
e por seqüências de greves que
pararam a cidade nas gestões
Luiza Erundina (1988-1992), e
Marta Suplicy (2001-2004).
Em maio de 2003, ele e outros
sindicalistas foram presos pela
Polícia Federal sob a acusação
de forjar greves com empresários para pressionar a prefeitura a conceder subsídios e elevar
a passagem. Santiago foi libertado em outubro daquele ano.
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) não estará no gabinete
no horário do protesto. Às 10h,
ele inaugura uma unidade da
AMA (Assistência Médica Ambulatorial) na Vila Mariana (zona sul da cidade). Segundo ele, é
"muito saudável" a categoria
manter diálogo com a prefeitura. Ressaltou, porém, que os
motoboys devem procurar primeiro interlocução com a Secretaria dos Transportes.
Ontem, o titular da pasta,
Alexandre de Moraes, anunciou em reunião com dois sindicatos de motoboys que criará
uma comissão para avaliar os
resultados da medida. A restrição poderá ser suspensa se não
houver impacto na redução de
acidentes ou fluidez do tráfego.
Convidado, o Sindimotosp
não compareceu. "A reunião
veio tarde", disse Santos.
Colaboraram ALENCAR IZIDORO e EVANDRO SPINELLI, da Reportagem Local
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