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Acesso a via que dá no Ibirapuera será reaberto
Trânsito no início da av. Quarto Centenário voltará
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O acesso à av. Quarto Centenário -via que margeia o parque Ibirapuera (zona sul de São
Paulo)- pela av. Pedro Álvares
Cabral será reaberto ao tráfego.
A decisão faz parte de um
acordo assinado entre a prefeitura e o promotor José Carlos
de Freitas, da Habitação.
Em 2003, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT), o
acesso havia sido fechado pela
prefeitura a pedido da Sojal
(Sociedade dos Moradores e
Amigos do Jardim Lusitânia).
Também foram mudadas as
mãos de trânsito em algumas
ruas, transformando a Quarto
Centenário em uma "ilha da
fantasia", segundo palavras do
promotor na ação que ele move
desde o ano passado.
"Aqueles moradores têm um
poder aquisitivo muito grande
e influência política também",
afirmou Freitas. O promotor
afirma que o fechamento da rua
foi feito por influência política
sem nenhum argumento urbanístico que o justificasse.
"[Com a abertura do acesso]
Vou restabelecer a rota de fuga
da avenida Ibirapuera." Uma
das principais vias de acesso à
zona sul, a av. Ibirapuera costuma ficar bastante congestionada nos horários de pico.
Para o secretário municipal
dos Negócios Jurídicos, Ricardo Dias Leme, a medida é justa.
"O que se procurou foi restabelecer o pleno acesso ao parque
Ibirapuera pela Quarto Centenário. Vamos restabelecer as
condições que sempre existiram", afirma.
De acordo com Leme, a prefeitura concordou com a reabertura do acesso porque, no
processo que autorizou a interdição, "não há nenhum expediente com justificativa para o
fechamento".
Atualmente, há apenas dois
acessos à Quarto Centenário:
pelas avenidas República do Líbano e Sagres. No acordo assinado em 28 de dezembro, além
da reabertura do acesso pela
Pedro Álvares Cabral, consta
que a rua Pedro de Toledo voltará a ter mão dupla. Hoje, ela
tem mão única em direção à
avenida Ibirapuera -ou seja,
funciona apenas como saída da
Quarto Centenário.
As árvores e flores plantadas
na praça Maria Helena Mendes
de Barros Saad -que hoje divide a Quarto Centenário e a Pedro Álvares Cabral- e que forem removidas terão de ser
transferidas para outro local,
preferencialmente para o parque Ibirapuera.
Até o fim do mês
As alterações têm de ser feitas em 120 dias após a homologação do acordo pela Justiça.
Freitas acredita que isso ocorra
até o fim do mês. Isso porque
foi aberto prazo para a Sojal se
manifestar sobre o processo.
A sociedade faz parte da ação,
porque, além de ter pedido o fechamento das ruas, ainda pagou parte das obras de mudança de mãos de direção nas ruas
próximas.
Freitas disse que, se a entidade não concordar com a mudança, ela continuará sendo
processada pelo Ministério Público. O promotor também cogita encaminhar a documentação para a Promotoria da Cidadania mover uma ação por improbidade administrativa contra os responsáveis pelo fechamento da avenida.
Tanto Freitas como Leme
consideram que a questão está
resolvida, independentemente
da homologação do acordo pela
Justiça. O secretário dos Negócios Jurídicos disse que as mudanças, embora constem de
acordo feito com o Ministério
Público, poderiam ser adotadas
por decisão unilateral da própria prefeitura.
A Folha não conseguiu localizar, no início da noite de ontem, o presidente da Sojal, Sérgio Eduardo Saad, para que ele
comentasse o assunto.
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