São Paulo, sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

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Acesso a via que dá no Ibirapuera será reaberto

Trânsito no início da av. Quarto Centenário voltará

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O acesso à av. Quarto Centenário -via que margeia o parque Ibirapuera (zona sul de São Paulo)- pela av. Pedro Álvares Cabral será reaberto ao tráfego.
A decisão faz parte de um acordo assinado entre a prefeitura e o promotor José Carlos de Freitas, da Habitação.
Em 2003, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (PT), o acesso havia sido fechado pela prefeitura a pedido da Sojal (Sociedade dos Moradores e Amigos do Jardim Lusitânia). Também foram mudadas as mãos de trânsito em algumas ruas, transformando a Quarto Centenário em uma "ilha da fantasia", segundo palavras do promotor na ação que ele move desde o ano passado.
"Aqueles moradores têm um poder aquisitivo muito grande e influência política também", afirmou Freitas. O promotor afirma que o fechamento da rua foi feito por influência política sem nenhum argumento urbanístico que o justificasse. "[Com a abertura do acesso] Vou restabelecer a rota de fuga da avenida Ibirapuera." Uma das principais vias de acesso à zona sul, a av. Ibirapuera costuma ficar bastante congestionada nos horários de pico.
Para o secretário municipal dos Negócios Jurídicos, Ricardo Dias Leme, a medida é justa. "O que se procurou foi restabelecer o pleno acesso ao parque Ibirapuera pela Quarto Centenário. Vamos restabelecer as condições que sempre existiram", afirma.
De acordo com Leme, a prefeitura concordou com a reabertura do acesso porque, no processo que autorizou a interdição, "não há nenhum expediente com justificativa para o fechamento".
Atualmente, há apenas dois acessos à Quarto Centenário: pelas avenidas República do Líbano e Sagres. No acordo assinado em 28 de dezembro, além da reabertura do acesso pela Pedro Álvares Cabral, consta que a rua Pedro de Toledo voltará a ter mão dupla. Hoje, ela tem mão única em direção à avenida Ibirapuera -ou seja, funciona apenas como saída da Quarto Centenário.
As árvores e flores plantadas na praça Maria Helena Mendes de Barros Saad -que hoje divide a Quarto Centenário e a Pedro Álvares Cabral- e que forem removidas terão de ser transferidas para outro local, preferencialmente para o parque Ibirapuera.

Até o fim do mês
As alterações têm de ser feitas em 120 dias após a homologação do acordo pela Justiça. Freitas acredita que isso ocorra até o fim do mês. Isso porque foi aberto prazo para a Sojal se manifestar sobre o processo.
A sociedade faz parte da ação, porque, além de ter pedido o fechamento das ruas, ainda pagou parte das obras de mudança de mãos de direção nas ruas próximas.
Freitas disse que, se a entidade não concordar com a mudança, ela continuará sendo processada pelo Ministério Público. O promotor também cogita encaminhar a documentação para a Promotoria da Cidadania mover uma ação por improbidade administrativa contra os responsáveis pelo fechamento da avenida.
Tanto Freitas como Leme consideram que a questão está resolvida, independentemente da homologação do acordo pela Justiça. O secretário dos Negócios Jurídicos disse que as mudanças, embora constem de acordo feito com o Ministério Público, poderiam ser adotadas por decisão unilateral da própria prefeitura.
A Folha não conseguiu localizar, no início da noite de ontem, o presidente da Sojal, Sérgio Eduardo Saad, para que ele comentasse o assunto.


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