ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Não era uma perna quebrada que impediria José Lauro Megale de ir a Mato Grosso caçar. Na viagem, levou uma equipe para acompanhá-lo: médico, enfermeiro, ortopedista, "toda uma UTI", diz Ana Maria, a irmã.
"Ele foi um homem que realizou todos os sonhos." Segundo de seis irmãos, José ajudou o pai a fundar, em 1953, uma empresa de transporte e logística.
Lauro, o pai, era um fazendeiro que decidiu se arriscar como carreteiro e fazer entregas de mercadorias de Borda da Mata (MG), onde vivia a família, a São Paulo -e vice-versa. Até que se mudou para a capital e montou o próprio negócio -o primeiro filho, farmacêutico, chegou a largar a profissão para ajudar na empreitada.
Antes restrita ao sul de MG, a Atlas passou a fazer entregas para o Nordeste. Hoje administrada pela terceira geração da família, a empresa conta com 40 filiais em cinco regiões, 2.448 funcionários e 1.600 veículos. José Lauro dirigiu a transportadora -era, atualmente, conselheiro. Também comandou o único hospital de Borda da Mata, construído, em meados da década de 70, por seu pai, que chegou a prefeito -o asilo do município é também iniciativa dele.
Além da caça, era ainda adepto da pesca e apaixonado por cavalos de raça. Morreu na terça, aos 75, em decorrência de complicações circulatórias. Deixa viúva, um filho e três netos.

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