São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 2011

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Pais temem que filhos perdidos sejam dados a outras famílias

Teresópolis queria cadastrar interessados em adotar crianças desabrigadas e consideradas órfãs

Justiça manda cidade recuar da decisão; assistentes sociais percorrem hospitais com fotos de desaparecidos

HUDSON CORRÊA
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

Pais com crianças desaparecidas após as chuvas na região serrana do Rio temem que os filhos possam ter sido entregues ilegalmente para outras famílias.
Um comunicado da Prefeitura de Teresópolis no sábado aumentou o temor.
A prefeitura informou que cadastraria em um ginásio esportivo da cidade casais interessados em adotar crianças desabrigadas e consideradas órfãs.
A juíza da Vara da Infância e Juventude de Teresópolis, Inês Joaquina Sant'ana Santos Coutinho, determinou que a prefeitura recuasse.
Ela também emitiu nota explicando que órfãos poderão ser entregues a casais sim, mas os já cadastrados para adoção na lista nacional, como prevê a legislação.
Mesmo com a providência tomada pela Justiça, começaram a surgir boatos de que crianças desabrigadas estavam sendo retiradas clandestinamente dos abrigos.
No ginásio Pedrão, no centro da cidade, a prefeitura fez uma ficha para cada criança.
Nenhum pai ou mãe pode sair do local com filhos sem o documento. Há, porém, outros abrigos espalhados na cidade sem controle da prefeitura. A Vara da Infância e Juventude de Teresópolis afirma que ainda não encontrou crianças órfãs em abrigos da cidade.
Assistentes sociais fazem buscas em hospitais levando fotos entregues pelos pais com filhos desaparecidos.
O operador de máquinas Jonne Bernadino Maia é um dos que temem que seu filho desaparecido possa ter sido entregue a outra família.
Ângelo, de quatro anos, está desaparecido, mas uma vizinha diz ter visto o menino ser resgatado com vida. Ele já fez um peregrinação por abrigos e hospitais sem encontrar a criança e distribuiu fotos dele com o menino.
O conselheiro tutelar em Nova Friburgo José Luis Gripp informou que pais podem perder a guarda de seus filhos caso se recusem a permitir que as crianças deixem áreas de risco.


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