São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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SEGURANÇA

José Carlos Blat, cuja atuação é apurada pela Corregedoria da PM, deixa grupo que combate crime organizado em São Paulo

Promotor da máfia dos fiscais é afastado

DA REPORTAGEM LOCAL

Envolvido recentemente em um episódio investigado pela Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo, o promotor José Carlos Blat foi afastado ontem do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público).
Sua saída foi publicada no "Diário Oficial" do Estado. Pela assessoria, o procurador-geral de Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey, informou apenas que a saída de Blat foi um "ato administrativo de remanejamento interno".
Blat participou das investigações do caso da favela Naval, em Diadema, em 1997, quando PMs foram filmados espancando pessoas. Um homem foi morto a tiros. No Gaeco desde 1998, comandou ações como a que investigou a máfia dos fiscais e o envolvimento de policiais no esquema de corrupção montado pelo contrabandista de cigarros Roberto Eleutério da Silva, o Lobão.
Blat aparece em uma apuração da Corregedoria da PM sobre um caso, ocorrido em 2003, no qual PMs cedidos ao Ministério Público e promotores teriam usado pessoas com "problemas na Justiça" em investigações. Marrey, porém, não confirmou se a saída de Blat tem relação com o caso.
A atuação do corregedor da PM, Paulo Máximo, também está sendo apurada. A atribuição para investigar um promotor é do procurador-geral de Justiça ou da Corregedoria do Ministério Público.
Blat não quis falar sobre o seu afastamento. Ele passa a atuar como promotor criminal no fórum da Barra Funda. Colegas afirmam que Blat também não foi informado pela Procuradoria do motivo de seu afastamento.
Em novembro, dois promotores foram afastados do Gaeco por causa de uma entrevista do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que foi gravada pelo Ministério Público, mas acabou sendo divulgada pela TV Globo.


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