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CÂMARA
Projeto passou em primeira discussão, mas votação final será, na melhor hipótese, na quinta-feira da semana que vem
Isenção do IPTU só sai depois do Carnaval
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A isenção de IPTU para os atingidos pelas enchentes foi aprovada ontem em primeira discussão
na Câmara Municipal, mas só será votada em versão final depois
do Carnaval, na semana que vem.
Os vereadores ainda têm de fazer duas audiências públicas para
tratar do projeto, o que vai empurrar a aprovação da isenção para o final da semana que vem, na
melhor das hipóteses. Isso porque
pode não haver o número suficiente de parlamentares na Câmara, em razão do Carnaval, que
só acaba na quarta-feira.
O projeto de isenção do IPTU
(Imposto Predial e Territorial Urbano) foi aprovado com 39 votos
a favor, inclusive com o apoio da
oposição, mas ainda vai sofrer
modificações.
Uma das alterações deve ser para corrigir possíveis distorções,
como casos em que a isenção do
imposto ultrapassa em muito o
valor do prejuízo.
Caso do São Paulo
Esse tipo de problema veio à tona no caso do São Paulo Futebol
Clube, que paga um imposto
anual de R$ 536,9 mil, mas teve
prejuízos de cerca de R$ 350 mil.
Esse número foi o inicialmente
fornecido pelo presidente do clube, Marcelo Portugal Gouvêa, que
depois disse que o valor dos estragos podia ser maior.
De acordo com o líder do governo, vereador João Antonio (PT), o
texto será mais específico para
que "não paire dúvida" sobre as
isenções. O petista disse que
quem não for contemplado terá
um prazo para recorrer, que ainda não foi definido.
O vereador afirmou ainda que
não foi finalizada a lista definitiva
dos imóveis atingidos. Logo, ainda não foi descoberto o valor da
arrecadação do IPTU que a prefeitura vai ter de abrir mão com
essa medida.
Para a oposição, apenas a isenção não basta, porque muitos dos
imóveis atingidos já não pagavam
o imposto, por ter um valor venal
baixo. Além disso, em muitos casos o que os moradores gastam de
imposto não cobre os danos causados pelas águas. Por isso, o
PSDB vai propor o pagamento de
uma indenização para os prejudicados pelas enchentes.
No entanto o líder do governo já
afirmou que essa hipótese não será incluída. Como Marta tem
maioria na Câmara, não deve
mesmo haver indenização. "Não
estamos falando do que é justo ou
não. Estamos falando da capacidade financeira do Executivo. O
projeto não é tudo, mas é significativo", disse João Antonio.
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