|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARNAVAL
Escola levará artistas plásticos ao sambódromo
Bienal abre alas para ensaio da Nenê em pleno parque Ibirapuera
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das escolas de samba mais
populares e tradicionais de São
Paulo, com base na zona leste, a
Nenê de Vila Matilde levará neste
ano ao Sambódromo do Anhembi um tema erudito, falando da arte paulistana, das opções culturais
e da Bienal, com a presença de sete artistas plásticos renomados
que pintarão telas no decorrer do
desfile da madrugada de domingo -incluindo nomes como Siron Franco, Ivald Granato, José
Roberto Aguilar e Cláudio Tozzi.
Essa aproximação entre representantes da elite artística com
uma comunidade da periferia já
teve um ensaio geral ontem, por
volta das 20h, quando a Bienal
abriu suas portas no parque Ibirapuera para, pela primeira vez em
sua história, receber uma bateria
de escola de samba.
Na apresentação do Anhembi,
além dos artistas plásticos que farão os acabamentos de suas telas
em cima de um carro alegórico, a
Nenê ainda terá uma ala de convidados da Bienal e de artistas que
serão responsáveis por preparar
suas próprias fantasias. As obras
dos artistas plásticos que participarão do desfile serão leiloadas
-a verba será usada para investir
em cursos profissionalizantes da
escola de samba da zona leste.
A parceria entre as duas partes
começou por indicação de Ziraldo, homenageado no Carnaval de
2003, e também atendeu aos interesses da Fundação Bienal, que
tenta se popularizar -seu presidente, Manoel Francisco Pires da
Costa, diz que, neste ano, a entrada na 26ª Bienal, que começará
em setembro, deve ser gratuita.
"Estava faltando esse diálogo,
esse entrosamento [entre as culturas erudita e popular]", afirma.
"Não que a Bienal seja elitista,
mas ela tem essa imagem. Queremos a sociedade mais próxima."
A Nenê também terá em seu
desfile a participação de atores da
minissérie da TV Globo "Um Só
Coração", que fala da história de
São Paulo do começo do século
passado. E vai fechar a apresentação com um balé, segundo Raul
Diniz, carnavalesco da escola.
A presença de temas eruditos
no enredo também foi uma forma
de tentar atrair a alta sociedade
paulistana ao Carnaval de São
Paulo. "Hoje é possível encontrar
um monte de paulistano na Marquês de Sapucaí [no Rio] que
nunca participou dos desfiles do
Anhembi. Eles têm que conhecer
aqui, é preciso mudar", diz Diniz.
Texto Anterior: Câmara: Isenção do IPTU só sai depois do Carnaval Próximo Texto: Operação nas estradas começa na 6ª Índice
|