São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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Para entidades, idéia está confusa

DA REPORTAGEM LOCAL

Para entidades de educação, a proposta do governo de dar isenção fiscal em troca de vagas nas faculdades particulares ainda está muito confusa.
"A proposta é boa, mas precisa ter explicitada a engenharia jurídica. Primeiro, eles confundem universidades comunitárias com [instituições] privadas. São situações bastante diferentes", diz Aldo Vannucchi, presidente da Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc) e reitor da Universidade de Sorocaba (Uniso), que estima haver 100 mil vagas ociosas nas instituições filantrópicas de ensino superior.
"Quando o MEC diz que vai dar isenção de impostos, para nós isso é chover no molhado. As comunitárias já têm imunidade fiscal."
Simpático à idéia, Édson Franco, presidente da ABMES (associação das mantenedoras do setor), acha que é preciso analisá-la "operacionalmente". Para ele, "há cursos com vagas ociosas e com vagas plenificadas". "Dificilmente medicina tem vaga ociosa."
Para Gustavo Petta, 21, presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), a proposta tem muitos problemas. "Somos a favor da ocupação das vagas ociosas, mas deveria ser feita com a isenção que já existe para filantrópicas. A prioridade deveria ser expandir as vagas nos cursos noturnos de universidades públicas."
Para o coordenador do MSU (Movimento dos Sem Universidade), Sérgio José Custódio, "a proposta está corretíssima e é necessária", mas "a implantação requer cuidado". Para ele, o projeto tanto pode favorecer os "tubarões do ensino" como gerar discriminação. "Os sem-universidade podem acabar jogados nas piores vagas das piores instituições."
(FERNANDA MENA)


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