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Para entidades, idéia está confusa
DA REPORTAGEM LOCAL
Para entidades de educação, a
proposta do governo de dar isenção fiscal em troca de vagas nas faculdades particulares ainda está
muito confusa.
"A proposta é boa, mas precisa
ter explicitada a engenharia jurídica. Primeiro, eles confundem
universidades comunitárias com
[instituições] privadas. São situações bastante diferentes", diz Aldo Vannucchi, presidente da Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc) e
reitor da Universidade de Sorocaba (Uniso), que estima haver 100
mil vagas ociosas nas instituições
filantrópicas de ensino superior.
"Quando o MEC diz que vai dar
isenção de impostos, para nós isso
é chover no molhado. As comunitárias já têm imunidade fiscal."
Simpático à idéia, Édson Franco, presidente da ABMES (associação das mantenedoras do setor), acha que é preciso analisá-la
"operacionalmente". Para ele, "há
cursos com vagas ociosas e com
vagas plenificadas". "Dificilmente
medicina tem vaga ociosa."
Para Gustavo Petta, 21, presidente da UNE (União Nacional
dos Estudantes), a proposta tem
muitos problemas. "Somos a favor da ocupação das vagas ociosas, mas deveria ser feita com a
isenção que já existe para filantrópicas. A prioridade deveria ser expandir as vagas nos cursos noturnos de universidades públicas."
Para o coordenador do MSU
(Movimento dos Sem Universidade), Sérgio José Custódio, "a
proposta está corretíssima e é necessária", mas "a implantação requer cuidado". Para ele, o projeto
tanto pode favorecer os "tubarões
do ensino" como gerar discriminação. "Os sem-universidade podem acabar jogados nas piores
vagas das piores instituições."
(FERNANDA MENA)
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