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EDUCAÇÃO
Desde novembro do ano passado, instituição já cortou 30% do quadro de docentes e 28% do de funcionários
Igreja demite mais 322 professores da PUC
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Igreja Católica, por meio da
Fundação São Paulo, informou
ontem que 322 professores e 114
funcionários da PUC-SP serão demitidos. Os números representam, respectivamente, 18,2% e
9,1% do total do quadro.
Considerando os cortes anteriores, feitos pela própria universidade, a instituição perdeu cerca de
30% de seus docentes e funcionários desde novembro.
A Arquidiocese de São Paulo, a
qual a PUC é vinculada, afirmou
que essa é a última lista de cortes
na universidade, que busca acabar com um déficit mensal de R$
4 milhões e que possui uma dívida
bancária de R$ 82 milhões, acumulada desde a década passada.
A reitora da PUC, Maura Véras,
disse que a relação foi feita pelos
membros nomeados pela igreja
para reestruturar a universidade
-ou seja, sem a participação da
instituição. Ela afirmou que viu a
lista anteontem. "Levei um susto.
Muitos nomes dali eu considero
importantes para nós."
O secretário de comunicação da
Arquidiocese, padre Juarez de
Castro, nega e diz que a lista foi
feita conjuntamente com Véras
-eleita por professores, funcionários e estudantes em 2004.
Desde novembro passado, as
unidades da PUC discutem como
atender à exigência dos bancos de
acabar com o déficit mensal de R$
4 milhões. A proposta formulada
representou uma economia de R$
3,1 milhões (78% da meta).
Como os bancos não aceitaram
esse corte, dom Cláudio Hummes
(que ocupa o principal cargo da
PUC e da Fundação São Paulo,
mantenedora da universidade)
mudou a composição da Secretaria Executiva, órgão responsável
pela gestão da escola, concentrando os poderes nas mãos de dois
padres. O ajuste ficou a cargo deles. O padre Juarez disse que os
demitidos, em sua maioria, eram
aposentados, com mais idade ou
tinham outro emprego e que alguns setores serão terceirizados.
Para docentes, funcionários e
alunos, houve uma intervenção
da igreja na instituição. A Arquidiocese nega, alegando que Véras
continua como membro da Secretaria Executiva e participou da
reestruturação. Os demitidos começaram a ser avisados anteontem por telefone, uma vez que as
aulas só voltam em 2 de março.
Ontem, houve protestos na universidade. Na semana que vem,
haverá assembléias para definir se
ocorrerá greve.
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