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Carnavalescos do Rio tentam deixar marca
Artistas trocam de escolas e levam seus estilos em busca da vitória; ousadias vão de alegorias vivas a bateria sobre carro
Estácio de Sá abre desfiles, seguida por Império Serrano, Mangueira, Viradouro, Mocidade Independente e Vila Isabel
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Cid Carvalho, 40, já foi campeão quatro vezes e vice outras
quatro. Mesmo assim, seu nome é desconhecido do grande
público. Paulo Barros, 44, nunca conquistou um título, mas
foi dele de quem mais se falou
nos últimos três Carnavais.
Artistas que aprenderam os
segredos dos barracões com
Joãosinho Trinta, os carnavalescos de Vila Isabel e Viradouro, duas das favoritas, são os
protagonistas de hoje, na primeira das duas noites de disputa no Sambódromo carioca. O
desfile começa às 21h.
Depois de nove anos na vitoriosa comissão de Carnaval da
Beija-Flor, Carvalho estréia como solo na campeã Vila.
"Não muda nada [ser o único
carnavalesco], porque na Beija-Flor era eu quem fazia a sinopse dos enredos, desenhava os figurinos, decorava os carros. Esteticamente, a Beija-Flor tinha
a minha cara", diz o carnavalesco que tem recebido críticas
dos integrantes da comissão da
escola.
Um dos críticos é Alexandre
Louzada, que foi campeão na
Vila no ano passado. "O desfile
[da Vila] foi bem feito, mas eu
tendo a correr mais riscos",
afirma o novo carnavalesco da
escola. No enredo sobre metamorfoses, os carros terão iluminação própria e sofrerão
transformações. No abre-alas,
um lagarto vira borboleta.
Divertimento
Fugindo de polêmicas, Paulo
Barros se recusa a comparar a
Unidos da Tijuca, escola mais
simples em que foi vice em
2004 e 2005, com a rica Viradouro, onde estréia neste ano
com um enredo sobre jogos.
"Busco o divertimento, a alegria e a participação do público,
mas trabalho para ganhar", diz.
Além das alegorias vivas
-em que pessoas fazem movimentos sincronizados-, ele
traz a bateria em cima de um
carro, algo nunca tentado.
Primeira a desfilar, a Estácio
de Sá, de volta ao Grupo Especial, reedita um enredo de 1987,
"O tititi do sapoti". "Fiz o caminho inverso: a partir do samba
construí um novo enredo", diz
o carnavalesco Paulo Menezes.
Ausência
Tida sempre como uma das
favoritas, a Mangueira fará seu
desfile hoje na Sapucaí depois
de ter enfrentado turbulências
pré-carnavalescas.
O principal desfalque será o
do intérprete Jamelão, que defendeu as cores da verde-e-rosa
por 57 carnavais.
Afastado por conta de um
acidente vascular e sem poder
acompanhar o desfile no sambódromo, Jamelão foi substituído por Luizito, um dos auxiliares até o ano passado, que sofreu um infarto durante o último ensaio técnico da escola.
Contrariando recomendações médicas, porém, a diretoria colocou Luizito para dar hoje o grito de guerra e puxar a primeira passada do samba.
A tarefa de puxar o samba da
Mangueira será, depois, entregue ao coro de intérpretes, reforçado por Emílio Santiago.
Outra novidade foi a introdução de mulheres na bateria como ritmistas, rompendo uma
tradição de escola.
Colaborou PEDRO SOARES , da Sucursal do Rio
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