Aeronaves enfeitaram os guarda-sóis usados para dançar frevo no desfile

Considerado o maior bloco carnavalesco do mundo, Galo da Madrugada reuniu 1,5 milhão de pessoas para celebrar 100 anos de frevo

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Foliões que desfilaram ontem, em Recife, no Galo da Madrugada -maior bloco carnavalesco do mundo, de acordo com o "Guinness Book", o livro dos recordes-, ironizaram com suas fantasias a crise no sistema de controle aéreo dos aeroportos brasileiros.
Aviões feitos de plástico foram pendurados em guarda-sóis e em fantasias. Vestido de drag queen e usando um nariz de palhaço, o empresário Maurício Santana complementou sua sátira com uma placa em que dizia ser a "controladora de vôo do frevo". "É um jeito alegre de criticar o país que manda um astronauta para o espaço, mas não consegue controlar as vagas nos aviões para os passageiros que estão em terra."
O empresário ainda fez pose ao lado do corretor de imóveis Osvaldo Costa, que, pelo quinto ano consecutivo, fantasia-se de presidente Lula. Ontem, Costa apareceu com "Marisa", a socióloga Nilda Magalhães, dentro de um caixote preto, o "Rolls-Royce" usado na posse de seu segundo mandato.
O Galo da Madrugada -que completou 30 anos- homenageou o centenário do frevo. Todos os seus carros alegóricos traziam referências ao ritmo.
Os 30 trios elétricos que animaram a festa só tocaram música pernambucana. No palco da apoteose, às margens do rio Capibaribe, a animação era feita por orquestras de frevo e bandas. No rio, dezenas de embarcações estavam enfeitadas com adereços carnavalescos.
O bloco reúne todos os anos cerca de 1,5 milhão de foliões. O desfile, realizado na região central da cidade, dura cerca de oito horas.


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