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SAÚDE
Saiba como sobreviver aos excessos do Carnaval
Muito álcool, sol, atividade física e falta de água e comida podem atrapalhar a festa
Não ficar em jejum, se alimentar corretamente e tomar muito líquido são os principais conselhos
para sobreviver à farra
CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL
"Você pensa que cachaça é
água? Cachaça não é água não."
A marchinha dá o tom: Carnaval é tempo de excessos. Álcool,
falta de sono, má alimentação,
muito sol e atividade física podem atrapalhar a festa.
O melhor é não exagerar, mas
se o momento for de extravasar, alguns cuidados evitam o
comprometimento da saúde.
O álcool atua sobre o hormônio antidiurético, que controla
a urina. Sem o hormônio, a pessoa passa a ir ao banheiro muitas vezes e depois fica desidratada. "Esse é o principal fator
do mal-estar", afirma Marcelo
Ribeiro Júnior, cirurgião do
aparelho digestivo do Hospital
das Clínicas de São Paulo.
Além disso, o álcool sobrecarrega as funções hepáticas,
atrapalhando o metabolismo
-a transformação da molécula
de álcool em açúcar.
"O ideal é não ter grande abuso, mas a gente sabe que nessa
época é quase impossível", admite o médico. Então, para evitar a ressaca algumas dicas ajudam: tomar antes, durante e
depois, bebidas não alcoólicas e
manter o estômago cheio.
Repousar no dia seguinte é
uma forma de dar trégua ao organismo. "Toda a parte imunológica, metabólica, que precisa
de substrato energético, está
debilitada e uma hora o corpo
abre o bico. O repouso serve para correr atrás do atraso."
O álcool afeta o sistema nervoso central, causando, primeiro, a excitação, depois, a sonolência. Passou do ponto, não
tem retorno, e o corpo vai demorar de 6 a 10 horas para excretar todo o álcool.
Entre as comidas, segundo o
endocrinologista e nutrólogo
da Unifesp João César Castro
Soares, o melhor é optar por
alimentos de fácil digestão como carboidratos (arroz, pão,
massas e batatas) e frutas. Alimentos gordurosos, como frituras, devem ser evitados porque pesam no estômago.
É importante comer a cada
duas, três horas. Frutas, barrinhas de cereal ou bolachas dão
energia e são fáceis de carregar.
Assim, a pessoa evita a hipoglicemia, que pode ocorrer também pelo excesso de álcool.
"Se se cuidar, não ficar em jejum, comer legal, evitar coisas
pesadas e tomar muito líquido,
a pessoa sobrevive à farra."
Se no dia-a-dia deve-se beber
dois litros de água, durante o
Carnaval o ideal são três litros.
"Água, água de coco, suco e bebidas isotônicas ajudam a repor
no organismo os componentes
perdidos, como sódio e potássio", afirma Flávio Dantas, clínico geral da Unifesp.
O calor e a exposição ao sol
podem agravar um quadro de
desidratação. A insolação acontece quando há excesso de exposição ao sol. A pessoa sente
uma fraqueza progressiva, enjôo, sudorese, a pressão cai e a
pele fica úmida e fria.
Quando se perde muito líquido e faz muito calor, pode ocorrer a exaustão. Nessa caso, pode
haver dor de cabeça, tontura,
pulso mais rápido e até a perda
da consciência.
Dantas alerta ainda para as
infinitas horas atrás do trio elétrico. "É como qualquer atividade física. O excesso pode causar dor muscular, articular e até
alguma coisa na parte circulatória se o organismo não está
preparado para o esforço concentrado e a situação é adversa
[sob sol, calor e bebida]", diz.
Nesse caso, ao sentir tontura
ou o coração disparado, é hora
de parar e apreciar a paisagem.
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