São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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Ex-chefe da Polícia Civil do Rio é indiciado pela PF

Allan Turnowski é suspeito de divulgar informações da Operação Guilhotina

Base da acusação é ligação telefônica em que ele teria avisado um inspetor a respeito da investigação; ele nega

DIANA BRITO
HUDSON CORRÊA
DO RIO

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio Allan Turnowski foi indiciado ontem pela Polícia Federal sob suspeita de divulgar informações sigilosas sobre a Operação Guilhotina, deflagrada há uma semana pela PF contra 32 policiais.
Ele deixou o cargo na terça, após ordenar devassa na delegacia de um então subordinado da Polícia Civil que colaborou com a PF. Na Operação Guilhotina, a PF descobriu que policiais desviavam armas e drogas, integravam milícias e avisavam criminosos sobre ações policiais.
A base da acusação contra Turnowski é uma escuta telefônica feita pela PF no fim de novembro e revelada pela Folha no sábado passado.
Turnowski, segundo a PF, ligou para um inspetor da 22ª DP, na Penha (zona norte), e lhe disse para tomar cuidado, pois a Polícia Civil era "a bola da vez". Era a época da ocupação do Complexo do Alemão. A PF descobriu que armas e drogas apreendidas estavam sendo desviadas.
Turnowski foi indiciado sob suspeita de violação do sigilo funcional com agravante de dano à administração pública.

OUTRO LADO
O delegado, que depôs ontem na sede da PF no Rio, negou as acusações.
"A única gravação em que eu falo, a da 22ª DP, é a respeito de um preso que o secretário [de Segurança] mandou que eu checasse. Eu falei com ele [o inspetor] e realmente existia o preso. Depois há um diálogo em que eu falo que a nossa corregedoria estava de olho nele, então que ficasse muito atento, que procedesse dentro da lei."
"Fui acusado de vazar uma operação da qual, segundo o doutor Allan [Dias, responsável pela investigação], eu teria sabido através do secretário de Segurança", afirmou Turnowski.
Ele disse que durante o depoimento ligou para o secretário José Mariano Beltrame e perguntou se tinha recebido informação sobre a Operação Guilhotina. O secretário respondeu "Claro que não", disse Turnowski. Em nota, Beltrame confirmou que não informara seu subordinado.


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