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Três pré-candidatos vão ao velório
da Reportagem Local
Pré-candidatos à Prefeitura de
São Paulo, representantes de ambulantes e sindicalistas culpam a
omissão do poder público na proteção de testemunhas que denunciaram casos de corrupção na administração municipal pela morte do presidente da Associação
dos Camelôs Independentes de
São Paulo, Gilberto Monteiro da
Silva.
O ambulante, assassinado a tiros anteontem, ficou conhecido
ao denunciar um esquema de corrupção de fiscais municipais que
extorquia dinheiro das 226 bancas de camelô do viaduto Santa
Ifigênia (centro).
Suas denúncias contribuíram
para a cassação do então deputado estadual Hanna Garib (expulso do PPB), que seria o beneficiário das propinas quando era vereador. Silva não tinha proteção.
Três pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo compareceram
ontem ao velório de Silva: Luiza
Erundina, (PSB), Marta Suplicy
(PT) e Mangabeira Unger (PPS).
"É lamentável que o poder público não tenha garantido a segurança desse rapaz". disse Erundina. Marta Suplicy, pré-candidata
pelo PT, afirmou que a morte do
ambulante tem relações com as
denúncias feitas pela ex-primeira-dama Nicéa Pitta.
Entre outras afirmações, Nicéa
disse que o prefeito Celso Pitta
deu dinheiro para que vereadores
rejeitassem um processo de impeachment contra ele.
"Essa morte só mostra como os
acusados estão preocupados com
as possíveis testemunhas. A posição dos vereadores para não abrir
uma CPI é insustentável e a polícia também deve acordar e proteger as testemunhas", disse Marta.
"A Nicéa também deve se proteger mais."
Silva será enterrado hoje na sua
cidade natal, Goianinha, no Rio
Grande do Norte. O corpo foi velado ontem na Igreja de Santa Ifigênia, no centro. O caixão estava
lacrado e coberto com uma bandeira do Brasil e com uma camiseta da associação dos camelôs.
Sem família na cidade, amigos e
ambulantes precisaram arrecadar
dinheiro para cobrir os gastos do
velório de Silva e também o translado aéreo.
Cerca de 150 pessoas, entre ambulantes e representantes de movimentos populares, fizeram uma
passeata até a Câmara Municipal
por volta das 15h. Eles foram atrás
do carro funerário que levava o
corpo de Silva e ficaram parados
durante cinco minutos na frente
da Câmara. Depois de cantar o hino nacional, o corpo foi levado
para o aeroporto de Cumbica.
Líderes de associações de camelôs prometeram fazer vigília na
Câmara e protestos para pressionar os vereadores municipais a
aprovar uma CPI para investigar
as denúncias de corrupção.
(GONZALO NAVARRETE)
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