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URBANISMO
Secretarias deixarão a praça da Liberdade, na capital mineira, para dar lugar a cinemas, teatros e salas de espetáculos
Burocracia dá lugar a corredor cultural em BH
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A "moldura das secretarias
compenetradas" do governo mineiro, como escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade no
poema "Jardim da Praça da Liberdade", em Belo Horizonte, terá
um novo estilo e um novo sentido, mais cultural e menos sisudo
-fruto do ambiente burocrático
em torno da praça.
O governo de Minas, em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, lançou ontem o projeto
Circuito Cultural Praça da Liberdade, que visa transformar os prédios públicos do entorno da praça, que costuma ser palco de manifestações e de comemorações
diversas, em um conjunto de centros de atividades culturais.
Até o final do ano que vem, prevêem os coordenadores do projeto, os prédios em estilo eclético
(do final do século 19) que abrigam atualmente quatro secretarias serão transformados em cinemas, teatros, auditórios e salas para apresentação de orquestras, espaços para exposições e dança, bibliotecas, arquivos e museus.
É um projeto cultural arrojado,
cuja viabilidade será possível porque empresas privadas e públicas
bancarão os investimentos com a
revitalização e a adaptação dos
edifícios. Uma empresa de telefonia já banca os custos da restauração do Palácio da Liberdade, sede
do governo mineiro, o único prédio do conjunto arquitetônico da
praça onde o poder político mineiro continuará representado.
O projeto foi lançado na alameda da praça, no centro de conjuntos de prédios tombados pelo patrimônio histórico estadual. Participaram empresários e artistas,
que assistiram também ao momento político-partidário do ato.
Espaços de convivência
A transformação do prédio da
Fazenda em um centro de música
sinfônica e espaço cultural será
bancado por uma mineradora. O
prédio da Defesa Social será um
Centro Cultural Banco do Brasil.
Terão espaços de convivência traduzidos em bares, cafés, livrarias e
restaurantes.
A Fundação Roberto Marinho
transformará a Secretaria da Educação em um Centro de Referência do Professor. E a Secretaria de
Obras terá, além do Centro de Mineralogia, Gemas e Jóias, onde já
funciona um museu do gênero,
centros de cinema, artes cênicas,
música, oficina do livro, além de
abrigar o Espaço Giramundo, o
mais representativo grupo de teatro de bonecos do país.
Dessa transformação participarão também as universidades públicas com laboratórios de ciência
interativos, que serão montados
em outros prédios.
A secretária da Cultura de Minas, Eleonora Santa Rosa, disse
que a mudança acontecerá independentemente da construção do
centro administrativo que o Estado pretende montar -com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer- no bairro Carlos Prates, para abrigar toda a área administrativa do governo, o que abrirá espaço para que outros prédios da
região da praça, no futuro, sejam
também incluídos no circuito cultural. Mas isso vai demorar.
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