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Platão Médico
Situação hipnótica favorece trote do falso seqüestro por criminosos
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
Atualmente a polícia orienta a população a se defender
dos falsos seqüestros anunciados por telefone, recomendando não atender ligações a
cobrar, de madrugada, de pessoas desconhecidas.
É possível que os criminosos que aplicam o golpe, sem
saber, estejam usando uma
das várias técnicas para hipnotizar pessoas durante os
falsos seqüestros.
Na madrugada, ainda sonolento e pego de surpresa, a primeira reação de um pai ou
mãe é a de revolta e indignação, seguindo-se uma situação de ansiedade e somatização (a tensão emocional afetando vários órgãos), explica o
médico Joel Priori Maia, presidente da Associação de Hipnose do Estado de São Paulo.
Estresse
Nesta situação de intenso
estresse, acrescenta Maia, a
pessoa precisa aliviar-se da
tensão e salvar o seqüestrado.
Assim, procura atender as solicitações do falso seqüestrador possuído por um verdadeiro transe ou estupor.
E com certa freqüência pode até ignorar contato telefônico do pseudo-seqüestrado e
às vezes até a sua presença.
O corpo e a mente dos pais
só querem saber de pagar o
resgate, recuperar o ente querido e sentirem-se aliviados
da situação estressante.
É neste ponto que a intensa
reação emocional desencadeia ações automáticas que
passam a ser a tônica dos procedimentos.
Hipnose
Para o médico Joel P. Maia,
um indivíduo nessas condições age como agiria uma pessoa hipnotizada sob as ordens
de um hipnotizador.
E, acrescenta o especialista,
se considerarmos a hipnose
como uma reação emocional,
essa modalidade de golpe é
uma hipnose consciente e
orientada, impositiva e direcionada para o cumprimento
das ordens dadas.
julio@uol.com.br
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