São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

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Platão Médico

Situação hipnótica favorece trote do falso seqüestro por criminosos

JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

Atualmente a polícia orienta a população a se defender dos falsos seqüestros anunciados por telefone, recomendando não atender ligações a cobrar, de madrugada, de pessoas desconhecidas.
É possível que os criminosos que aplicam o golpe, sem saber, estejam usando uma das várias técnicas para hipnotizar pessoas durante os falsos seqüestros.
Na madrugada, ainda sonolento e pego de surpresa, a primeira reação de um pai ou mãe é a de revolta e indignação, seguindo-se uma situação de ansiedade e somatização (a tensão emocional afetando vários órgãos), explica o médico Joel Priori Maia, presidente da Associação de Hipnose do Estado de São Paulo.

Estresse
Nesta situação de intenso estresse, acrescenta Maia, a pessoa precisa aliviar-se da tensão e salvar o seqüestrado. Assim, procura atender as solicitações do falso seqüestrador possuído por um verdadeiro transe ou estupor.
E com certa freqüência pode até ignorar contato telefônico do pseudo-seqüestrado e às vezes até a sua presença.
O corpo e a mente dos pais só querem saber de pagar o resgate, recuperar o ente querido e sentirem-se aliviados da situação estressante.
É neste ponto que a intensa reação emocional desencadeia ações automáticas que passam a ser a tônica dos procedimentos.

Hipnose
Para o médico Joel P. Maia, um indivíduo nessas condições age como agiria uma pessoa hipnotizada sob as ordens de um hipnotizador.
E, acrescenta o especialista, se considerarmos a hipnose como uma reação emocional, essa modalidade de golpe é uma hipnose consciente e orientada, impositiva e direcionada para o cumprimento das ordens dadas.

julio@uol.com.br


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