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ANÁLISE
Exército tenta evitar que quartéis virem alvo
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
A ação do Exército para recuperar os fuzis roubados é muito
semelhante ao que a Força costuma fazer diariamente no Haiti: ajudar a polícia na apreensão
de armas, na investigação de
suspeitos, na checagem de veículos e, em último caso, no provimento de poder de fogo superior. E isso ajuda a explicar o
motivo de serem empregados,
na busca pelas armas, até veículos blindados como o Urutu.
O blindado de transporte de
tropas foi criado justamente
para servir de "táxi" ao combate, protegendo os soldados do
disparo de fuzis. E tem uma clara função psicológica -de dissuasão. Um grupo de bandidos
pensaria duas vezes antes de
abrir fogo contra um veículo
dotado de uma metralhadora.
Fuzil
Em um contexto urbano, um
fuzil é uma arma perigosa, por
isso não costuma fazer parte da
dotação básica da polícia, mesmo da Polícia Militar. Um fuzil
calibre 7,62 mm tem um alcance efetivo de cerca de 600 metros, mas seu projétil pode percorrer mais de 3 km ainda com
capacidade de matar.
Se o atirador dispuser de munição perfurante, pode, com facilidade, penetrar a blindagem
de automóveis e carros-fortes.
Mesmo um blindado militar
-como o Urutu- poderia sofrer danos em sua lateral e em
sua traseira, locais onde sua
blindagem é mais fina. E o Urutu é um veículo antigo, projetado na década de 1970. Tanto
que, no momento, o Exército
está estudando sua substituição por um blindado sobre rodas mais moderno.
O FAL (Fuzil Automático Leve) é costumeiramente e erroneamente tratado como uma
"arma pesada" pelos meios de
comunicação, apesar de seu
próprio nome indicar que se
trata de uma arma portátil e individual. No entanto, para um
exército, uma arma "pesada"
significa algum apetrecho que
demanda mais de um homem
para o seu emprego.
Reação
A reação do Exército no caso
dos fuzis roubados é uma maneira de se evitar que o caso se
torne um precedente e que
quartéis comecem a ser alvos
de bandidos. E a irritação é ainda maior porque o quartel roubado é de uma unidade de elite.
O 6º Batalhão de Infantaria
Leve (BIL), de Caçapava (SP), é
a unidade que descende do 6º
Regimento de Infantaria da
FEB (Força Expedicionária
Brasileira), que lutou na Itália
na Segunda Guerra Mundial.
O 4º Batalhão de Infantaria
Leve, de Osasco (SP), o 5º Batalhão de Infantaria Leve, de Lorena (SP), e o 6º BIL constituem a força de infantaria de
uma das mais importantes unidades de ação rápida do Exército, a 12ª Brigada de Infantaria
Leve. Trata-se de uma unidade
de pronto emprego, capaz de
reagir rapidamente a uma crise
graças aos helicópteros da
Aviação do Exército baseados
em Taubaté (SP).
Por isso, a localização dessas
unidades é o Vale do Paraíba,
na rota Rio-São Paulo, o centro
industrial do país.
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