São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ilustrada em cima da hora

Última sessão do Belas Artes tem protestos e minuto de silêncio

Manifestantes prometem ocupar cinema, fechado após 6 décadas

DANIEL MÉDICI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A última sessão do Cine Belas Artes, após mais de seis décadas em funcionamento, não teve clima triste. Gritos, palavras de ordem e faixas se espalhavam num saguão lotado. A multidão também fez um minuto de silêncio.
Manifestantes prometem ocupar o imóvel, que deve ser entregue hoje ao proprietário, após a última sessão.
O Conpresp (órgão municipal do patrimônio histórico) votará no próximo mês o tombamento do local.
André Sturm, o dono do cinema, apesar de otimista quanto à chance de tombamento, deve desmontar todo o equipamento das salas de exibição. Ele afirma que doará parte do material à USP.
Na última sessão de cada sala, foi exibido um clássico do cinema, como "A Doce Vida", de Fellini, e "O Joelho de Claire", de Eric Rohmer. A princípio, as películas seriam rodadas sem cerimônia especial, mas Sturm discursou em todas as exibições.
"Queria que fosse uma celebração do cinema", afirmou. Ele também prometeu lutar pela preservação do espaço e, se for impossível mantê-lo, reabrir o cinema em outro lugar. "O Belas Artes é mais do que estas paredes", disse.
No hall de entrada, os frequentadores criaram uma espécie de árvore na qual penduraram centenas de bilhetes de despedida e de protesto. Muitos fotografavam o santuário improvisado.
A plateia era constituída de antigos frequentadores, funcionários e políticos, como o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o vereador Gilberto Natalini (PSDB), autor do pedido de tombamento do espaço e espectador do cinema "desde 1970".


Texto Anterior: Roberto Soares dos Santos (1953-2011): Um "embaixador" de PE em SP
Próximo Texto: Após crise, OSB e músicos abrem diálogo em reunião
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.