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TRÂNSITO
Levantamento parcial da CET mostrou que foram aplicados ontem apenas 25% da média diária de multas em São Paulo
Multas caem com greve de marronzinhos
DA REPORTAGEM LOCAL
Levantamento parcial da CET
(Companhia de Engenharia de
Tráfego) mostrou que foram aplicados durante todo o dia de ontem apenas 25% da média diária
de autuações. Os marronzinhos e
fiscais de zona azul paralisaram as
atividades ontem.
Para o presidente da companhia, Francisco Macena, é "prematuro" calcular quanto os cofres
municipais deixaram de arrecadar com a paralisação.
Pelos cálculos do Sindviários,
sindicato que representa a categoria, os cofres municipais deixaram de arrecadar ontem cerca de
R$ 600 mil com a não-autuação
dos motoristas infratores.
Por dia, os fiscais aplicam, em
média, 6.000 multas que variam
de R$ 80 a R$ 180.
A CET informou, em nota, que
houve "normalidade das atividades de operação de trânsito".
Não foi o que se viu na cidade.
Com a falta de fiscalização, alguns
motoristas aproveitaram para
burlar tanto o rodízio quanto a
fiscalização de áreas de zona azul
-na frente de fiscais da CET que
não realizavam qualquer tipo de
autuação e preferiram deixar os
instrumentos de trabalho, caneta
e talões de multa, nos bolsos.
"Descobri que a melhor coisa
do mundo é marronzinho sem
bloco e caneta. Furei o rodízio e,
no caminho que sempre faço, estava lá um fiscal que até já me
multou e que não fez nada", afirmou a jornalista Vera Lúcia, 50.
O Sindviários considerou a manifestação um "sucesso". Segundo o presidente do sindicato, Luiz
Antonio Queiroz, mais de 90%
dos 1.500 marronzinhos e 450 fiscais de zona azul foram para as
ruas, mas não multaram ninguém, na chamada "Operação
Motorista Cidadão".
A manifestação de ontem foi a
forma encontrada pelo sindicato
para pressionar a prefeitura a negociar um reajuste salarial.
A categoria pede 20% de reajuste -sendo 15,9% de reposição da
inflação dos últimos dois anos e
4% de aumento real. Além disso,
os funcionários -cerca de 4.000
no total- querem aumento no
vale-refeição de R$ 7,50 para R$
12,50. Na última quarta-feira, a
CET ofereceu 5% de reajuste, vale-refeição de R$ 8,25 e 10% de aumento do anuênio, mas o sindicato recusou a proposta.
Queiroz afirma que na próxima
terça-feira a categoria volta a se
reunir e que, se não houver outra
proposta, haverá nova paralisação no dia 29.
O secretário dos Transportes,
Carlos Zarattini, afirmou que 5%
de reajuste é o que a prefeitura
tem para oferecer e que a possibilidade de greve é um direito dos
trabalhadores, embora atrapalhe
a população e a cidade.
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