São Paulo, sábado, 18 de maio de 2002

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TRÂNSITO

Levantamento parcial da CET mostrou que foram aplicados ontem apenas 25% da média diária de multas em São Paulo

Multas caem com greve de marronzinhos

DA REPORTAGEM LOCAL

Levantamento parcial da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) mostrou que foram aplicados durante todo o dia de ontem apenas 25% da média diária de autuações. Os marronzinhos e fiscais de zona azul paralisaram as atividades ontem.
Para o presidente da companhia, Francisco Macena, é "prematuro" calcular quanto os cofres municipais deixaram de arrecadar com a paralisação.
Pelos cálculos do Sindviários, sindicato que representa a categoria, os cofres municipais deixaram de arrecadar ontem cerca de R$ 600 mil com a não-autuação dos motoristas infratores.
Por dia, os fiscais aplicam, em média, 6.000 multas que variam de R$ 80 a R$ 180.
A CET informou, em nota, que houve "normalidade das atividades de operação de trânsito".
Não foi o que se viu na cidade. Com a falta de fiscalização, alguns motoristas aproveitaram para burlar tanto o rodízio quanto a fiscalização de áreas de zona azul -na frente de fiscais da CET que não realizavam qualquer tipo de autuação e preferiram deixar os instrumentos de trabalho, caneta e talões de multa, nos bolsos.
"Descobri que a melhor coisa do mundo é marronzinho sem bloco e caneta. Furei o rodízio e, no caminho que sempre faço, estava lá um fiscal que até já me multou e que não fez nada", afirmou a jornalista Vera Lúcia, 50.
O Sindviários considerou a manifestação um "sucesso". Segundo o presidente do sindicato, Luiz Antonio Queiroz, mais de 90% dos 1.500 marronzinhos e 450 fiscais de zona azul foram para as ruas, mas não multaram ninguém, na chamada "Operação Motorista Cidadão".
A manifestação de ontem foi a forma encontrada pelo sindicato para pressionar a prefeitura a negociar um reajuste salarial.
A categoria pede 20% de reajuste -sendo 15,9% de reposição da inflação dos últimos dois anos e 4% de aumento real. Além disso, os funcionários -cerca de 4.000 no total- querem aumento no vale-refeição de R$ 7,50 para R$ 12,50. Na última quarta-feira, a CET ofereceu 5% de reajuste, vale-refeição de R$ 8,25 e 10% de aumento do anuênio, mas o sindicato recusou a proposta.
Queiroz afirma que na próxima terça-feira a categoria volta a se reunir e que, se não houver outra proposta, haverá nova paralisação no dia 29.
O secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, afirmou que 5% de reajuste é o que a prefeitura tem para oferecer e que a possibilidade de greve é um direito dos trabalhadores, embora atrapalhe a população e a cidade.



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