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São Paulo, domingo, 18 de maio de 2003

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Professor bom eleva diferenças

DA SUCURSAL DO RIO

A pesquisa da PUC do Rio também analisou outros fatores que contribuem para a manutenção da desigualdade no ensino. Um dos resultados encontrados preocupou os pesquisadores: os alunos de renda mais alta se beneficiam mais com o aumento de escolaridade do professor do que os alunos de baixa renda.
Os resultados não negam que o aumento da escolaridade do professor é altamente desejável e traz resultados positivos para todos os alunos. Quanto melhor é a formação do docente, melhores são os resultados da escola no Saeb. O problema é que os mais pobres ganham menos do que os mais ricos com essa melhora.
"Por um lado, um maior nível de escolaridade do professor faz com que a escola seja mais eficaz, mas, por outro, esse maior nível torna a escola menos equitativa", afirma o estudo.
Para chegar a essa conclusão, foram comparados os resultados nos testes de alunos de classes sociais diferentes em turmas onde o professor tem maior ou menor nível de escolaridade.

Diferença
A nota média dos alunos mais pobres subiu de 264 em turmas com professores com baixa escolaridade para 268 (variação de 1,5%) em turmas com docentes com melhor formação. Entre os estudantes mais ricos, o ganho foi maior. Eles passaram de 268 pontos para 280 (4,5% de variação).
Os pesquisadores chegaram também a um resultado comum em pesquisas internacionais: quanto maior o nível socioeconômico dos alunos, melhores são os resultados da escola.
A pesquisa mostrou que o principal fator determinante do resultado da escola é a clientela que ela atende. Isso se explica porque as crianças não aprendem apenas com o professor, mas também trocando informações entre elas.
Outro resultado do novo estudo que confirma os resultados de pesquisas anteriores é o peso maléfico da repetência no rendimento do aluno e da escola.


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