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PATRIMÔNIO
É o segundo aluno de biblioteconomia em São Paulo investigado por sumiço de obras raras do Museu Nacional do Rio
Indiciado outro estudante por furto de livros
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
O estudante paulistano de biblioteconomia Reginaldo Oliveira
da Silva, 34, foi indiciado ontem
pelo furto de livros raros da biblioteca do Museu Nacional do
Rio de Janeiro.
Segundo a polícia, ele agia com
dois amigos, um deles Laéssio Rodrigues de Oliveira, preso no fim
de semana sob a mesma acusação. Em sua casa, os investigadores encontraram ontem novos livros (muitos danificados) com
carimbos de identificação de bibliotecas brasileiras, incluindo
um de caricaturas antigas.
Segundo o delegado Gilberto
Peranovich, do setor de investigações gerais da 1ª Seccional Paulista, Silva foi visto nos corredores
do Museu Nacional diversas vezes
com Oliveira por funcionários da
instituição. "Eles agiam como
uma quadrilha, coordenados e
em grupo", afirmou.
A Folha não conseguiu localizar
o advogado dos acusados.
Outro estudante está sendo investigado pelo crime. A Polícia
Federal vai solicitar a empresas telefônicas a relação de telefones de
alguns envolvidos nos furtos.
O museu carioca divulgou ontem que mais três livros raros de
seu acervo tiveram gravuras arrancadas. Com isso, o número de
obras danificadas subiu para 14.
Além delas, outras 13 foram furtadas. Pelas contas do delegado
paulista, o grupo pode ter furtado
mais de cem obras desde 2002.
O título de um dos in-fólios (livros grandes, de até 70 centímetros) não foi divulgado pelo museu. Os outros dois danificados
são "Voyage Pitoresque au Brésil"
(1835), de Johann Moritz Rugendas, e "Histoire Naturelle des Singes et des Makis" (1800), de Jean-Baptiste Audebert.
Também foi descoberto que outro livro do século 19, de Alexandre Rodrigues Ferreira, teve mais
páginas arrancadas além das que
já se sabia. O museu fez as novas
descobertas após decidir retomar,
mais minuciosamente, o inventário feito há duas semanas.
A chefe da biblioteca, Laura Maria Gayer Takchen, esteve em São
Paulo na última sexta-feira e confirmou à polícia que o estudante
de biblioteconomia Laéssio Rodrigues de Oliveira esteve quase
diariamente no setor de obras raras entre dezembro de 2003 e janeiro deste ano.
"Achava impossível que os furtos pudessem ter acontecido à luz
do dia. Mas agora não descarto
mais essa hipótese. O museu estava tão vulnerável que eles podem
ter conseguido", disse Takchen.
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